ONU Mulheres e Ministros repudiam ofensas a Dilma

Organização das Nações Unidas disse em nota que se trata de violência política sem precedentes o adesivo ofensivo vendido pela internet e que “é ultrajante e extremamente agressiva a apologia de violência sexual” contra a presidente Dilma Rousseff; durante a entrega da pauta de reivindicações da 5ª Marcha das Margaridas, os ministros Eleonora Menicucci, Miguel Rossetto e Tereza Campello repudiaram a ofensa; Menicucci foi procurada hoje por Murilo Laranjeira, diretor do site de vendas Mercado Livre, onde estavam sendo vendidos os adesivos

por Aline Leal na Agência Brasil

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, recebe hoje (3) o diretor de Relações Governamentais do site de vendas Mercado Livre, Murilo Laranjeira. Ele pediu ontem (2) para falar com a ministra depois que adesivos com ofensas de cunho sexual à presidenta Dilma Rousseff foram expostos à venda no site.

Segundo Eleonora Menicucci, o material foi produzido em Recife e foram vendidas cinco unidades, cada uma custava R$ 38,90. “Eu vou ouvir, mas comunicarei a ele que, do ponto de vista civil e penal, ele também será responsabilizado”, disse a ministra, que fez representação ao Ministério Público Federal, à Advocacia-Geral da União e ao Ministério da Justiça pedindo investigação e punição para os responsáveis. O Mercado Livre é uma espécie de vitrine para vendedores independentes comercializarem seus produtos. Os adesivos foram retirados do site.

Durante a entrega da pauta de reivindicações da 5ª Marcha das Margaridas, Eleonora Menicucci, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, repudiaram a ofensa e disseram que a consideram uma violência de caráter machista contra todas as mulheres.

A ONU Mulheres emitiu nota de repúdio aos “ataques sexistas” a Dilma, e diz que se trata de violência política sem precedentes. A nota ressalta que “é ultrajante e extremamente agressiva a apologia de violência sexual” contra a presidenta da República, Dilma Rousseff, retratada em adesivos para automóveis, como “expressão de misoginia [ódio, desprezo ou repulsa ao gênero feminino e às características a ele associadas] e interpelação dos direitos humanos de mulheres e meninas”.

A entidade defende que nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem ou justificar a banalização da violência contra as mulheres – prática patriarcal e sexista que invalida a dignidade humana.

+ sobre o tema

Um terço dos gays indianos é casado com mulheres

Por muito tempo a Índia, segunda maior população do...

Mentor do estupro coletivo de Queimadas é condenado a 108 anos de prisão

Após 19 horas de julgamento, Eduardo dos Santos Pereira...

Por ciúmes, rapper mata apresentadora e comete suicídio

Earl Hayes matou Stephanie Moseley no apartamento do casal...

É coisa de preta: reexistência calunga

Os impactos da violência e, consequentemente, da mortalidade da...

para lembrar

Processos criativos e identidade feminina negra

Programa Tradução em Libras disponível. Faça sua solicitação no ato...
spot_imgspot_img

Vozes da resistência negra celebram a vida de Leci Brandão

Leci Brandão é uma artista e parlamentar cuja trajetória é marcada pela luta contra o racismo, um combate que atravessa sua música, sua vida...

Pena para feminicídio vai aumentar para até 40 anos

O Congresso aprovou um projeto de lei que aumenta para 40 anos a pena máxima para o crime de feminicídio, que estará definido em um...

Saúde lança programa para reduzir mortalidade materna de mulheres pretas em 50% até 2027

O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (12) uma nova versão do projeto Rede Cegonha, criado em 2011 e descontinuado em 2022, voltado para o cuidado...
-+=