Outras impressões, manifestações livres sobre qualquer assunto – Motoqueiros

*6,18 motoqueiros mortos para 10 mil veículos é um número assustador. Esse é um dado alarmante que no Brasil vitima, na sua grande maioria, jovens das classes menos favorecidas. Distante da atmosfera “Easy Rider” ou dos amantes da “liberdade” e do vento na cara ao dirigir que frequentam as principais rodovias paulistas nos finais de semana em passeios bucólicos, nas capitais brasileiras as motocicletas se transformaram em ganho de vida e meio de transporte rápido.

Em Sampa os motoboys cruzam a metrópole diversas vezes durante o dia, em alta velocidade, para entregar todo tipo de encomenda. De um simples envelope, passando por comida e outros produtos que precisam chegar aos destinatários com certa urgência.

Nesse zigue-zague e transitando por vias congestionadas, os acidentes viram rotina. Devido à fragilidade, numa batida quase sempre o motoqueiro morre ou fica com graves sequelas para o resto da vida.

Nos últimos anos a cidade de São Paulo implantou algumas medidas para diminuir esse tipo de acidente, como faixas exclusivas, diminuição da velocidade para 60 km por hora nas avenidas mais movimentadas e proibição das motos circularem pelas marginais. Além disso, a categoria, por meio do seu sindicato, desenvolveu ações no sentido de valorizar a atividade, de promover a conscientização, visando atitudes responsáveis que coloquem a vida em primeiro lugar, ao invés da pressa e da urgência das entregas.

Com o farto acesso para a aquisição dos mais diferentes modelos de motocicletas, se não houver o compromisso de toda a sociedade para a mudança dessa situação, só restará chorarmos pelos nossos jovens mortos prematuramente.

A partir de dados incontestáveis, precisamos agir de forma integrada: governo, fabricantes, profissionais, usuários e toda a sociedade, a fim de discutirmos maneiras de integrar esse meio de transporte e de lazer às realidades dos nossos municípios, para que a experiência de dirigir uma moto seja de satisfação e de prazer e não uma tragédia. Por aqui, fico. Até a próxima.

*Fonte: Denatran e Ministério da Saúde.

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