por Leno F Silva para o Portal Geledés
A recente morte da jovem pesquisadora do Hospital Sírio Libanês, atropelada por um ônibus na Paulista revelou, mais uma vez, como é frágil a circulação de ciclistas pelas avenidas deste município, o maior da América Latina. Os gargalos da mobilidade por aqui vão além das frágeis bicicletas. Necessitam de planejamento, de visão estratégica e de soluções articuladas que pensem para adiante de problemas específicos.
Sampa cresceu de forma desordenada, privilegiando os automóveis. Os governos pouco investiram em transporte público de qualidade ou em criar condições para o tráfego de meios alternativos de locomoção como, por exemplo, as bikes. Em vários trechos desta capital a melhor maneira de ir e vir e, ainda, se exercitar, é pedalando.
Nas principais avenidas isso também é possível, desde que os engenheiros de tráfego desenvolvam sistemas seguros de convivência dos “bicicletistas” com carros, ônibus e motos. E além dos espaços físicos sinalizados é imprescindível a realização de campanhas de conscientização que destaquem a importância de se respeitar e interagir com os diferentes meios de transporte.
Cresce o número de pessoas que utilizam a bicicleta no dia a dia. Já passou da hora da Prefeitura de São Paulo direcionar recursos para comunicar essa realidade para toda a população e, em conjunto, com CET, SPTrans, Sindicato dos Taxistas e dos Motociclistas e, por que não, em parceria com a Anfavea e a Abraciclo, desenvolver um trabalho sistemático de capacitação, treinamento e conscientização dos diferentes condutores, a fim de evitar mortes precoces de pessoas que mesmo em situações adversas e de risco, decidem correr o risco e percorrer a cidade nas suas “magrelas”. Por aqui, fico. Até a próxima.