Na infância, era comum ouvir histórias sobre o pai ausente: aquele que abandonou os filhos, traiu a companheira ou que, mesmo dentro de casa, se manteve distante, sem afeto e empatia. São narrativas recorrentes em tantas famílias brasileiras e que, ao longo do tempo, naturalizaram a ideia de que a paternidade é opcional.
A minha realidade, no entanto, foi diferente. Sempre tive a presença ativa do meu pai e de outros homens da minha família. Homens imperfeitos, como todos, mas que escolheram estar presentes, assumir responsabilidades e partilhar o cotidiano. Essa experiência, que deveria ser regra, ainda é exceção em uma sociedade marcada por lares femininos sobrecarregados e por mães que acumulam jornadas para dar conta do cuidado e da sobrevivência.
Pais reais, não mitificados
Pensando nisso, reuni imagens e relatos de pais que não são heróis nem vilões, mas homens que compreenderam que a paternidade exige compromisso diário. Pais “meio tortos”, que erram, mas que estão dispostos a aprender, que não se escondem atrás de desculpas históricas ou culturais para justificar a ausência.