Países que tiveram escravos devem reparar vítimas, afirma relatora independente

A relatora especial da ONU sobre formas contemporâneas de racismo, Tendayi Achiume, apresentou relatório à Assembleia Geral pedindo reparações por discriminação racial como forma essencial de cumprimento dos direitos humanos.

Da ONU

Relatora especial da ONU sobre raciscmo, Rendayi Achiume – Foto: Manuel Elias/ONU

Achiume afirmou que racismo e discriminação são inseparáveis de suas raízes históricas e defendeu que países que tiveram colônias ou escravos devem aceitar que têm obrigações e responsabilidades, incluindo o pagamento de indenizações às vítimas e seus descendentes.

Para ela, a maior barreira às reparações por colonialismo e pela escravidão é falta de vontade política e coragem moral.

A relatora especial das Nações Unidas sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata, Tendayi Achiume, apresentou relatório à Assembleia Geral pedindo reparações por discriminação racial como forma essencial de cumprimento dos direitos humanos. Para ela, a maior barreira às reparações por colonialismo e pela escravidão é falta de vontade política e coragem moral.

Achiume afirmou que racismo e discriminação são inseparáveis de suas raízes históricas e defendeu que países que tiveram colônias ou escravos devem aceitar que têm obrigações e responsabilidades, incluindo o pagamento de indenizações às vítimas e seus descendentes.
A especialista em direitos humanos afirma que as reparações são um aspecto vital da ordem global que está comprometida com a dignidade de todos, independentemente da etnia ou da origem.

Segundo Achiume, a escravidão e o colonialismo “alocavam direitos e privilégios numa base racial e com isso consolidavam as desigualdades econômicas, sociais e políticas ao longo da linha racial.” Ela afirmou que a abolição formal da escravidão não foi suficiente para desfazer desigualdades raciais cristalizadas ao longo dos séculos.

“Até o momento, os indivíduos que mais se beneficiaram de reparações relacionadas ao fim da escravidão foram justamente os agressores e seus descendentes, ou seja, famílias que possuíam escravos e seus descendentes”, disse a relatora independente, ressaltando que descendentes de escravos não são ouvidos e, em alguns casos, sofrem difamação.

Os relatores independentes trabalham de forma voluntária e individual, não são funcionários da ONU nem recebem salário pelo seu trabalho na organização.

+ sobre o tema

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...

para lembrar

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...
spot_imgspot_img

Feira do Livro Periférico 2025 acontece no Sesc Consolação com programação gratuita e diversa

A literatura das bordas e favelas toma o centro da cidade. De 03 a 07 de setembro de 2025, o Sesc Consolação recebe a Feira do Livro Periférico,...

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros ou que tenham protagonistas negros é a proposta da OJU-Roda Sesc de Cinemas Negros, que chega...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o Brasil teria abolido a escravidão oito anos antes da Lei Áurea, de 13 de maio de...