‘Papai, te odeio’: O relato chocante de uma menina argentina, vítima de abuso sexual

“Começou quando eu tinha mais ou menos quatro anos, como algo tão inocente como é um urso de pelúcia.”

Do HuffPost Brasil

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O relato acima é de Micaela, uma jovem que vive em Buenos Aires, e que hoje tem 17 anos. Ela criou uma página no Facebook, chamada “Por una infancia sin dolor” (“Por uma infância sem dor”, em tradução livre).

No espaço, ela narra como foi sua infância, marcada por abusos sexuais do seu próprio pai. Segundo a jovem, os abusos começaram quando ela tinha quatro anos.

“Ele tinha um gorila e uma ursinha de pelúcia, e me dizia que os dois eram noivos, e que ele iria me ensinar a brincar. Joguei Chicho, o gorila, longe mil vezes, na esperança que tudo fosse terminar”, conta ela.

Em um texto, intitulado “Papai, te odeio”, ela segue: “Pai, como você lê tudo o que publico, espero que também leia isso. Você e seu advogado merecem cair no mesmo inferno. Espero que nem hoje, nem nunca, você possa dormir em paz. Lembre-se da minha voz infantil pedindo que você me deixasse em paz. Espero que isso lhe tire o sono”.

De acordo com o La Nacion, foram profissionais da escola de menina que perceberam que algo estava acontecendo com ela.

Após uma avaliação psicopedagógica, o abuso foi descoberto. A jovem e sua mãe deixaram a casa da família, e denunciaram o pai. “Eu tenho um irmãozinho de sete anos, e minha mãe não trabalha, ela não quer que ele vá preso, suponho que para não perder o dinheiro que ele nos dá para alimentos. Minha mãe soube dos abusos quando era tarde demais“, contou ela ao Crónica.

À mesma publicação, ela contou que, além de estuprá-la, o pai a obrigava a participar de chats pornográficos quando ela tinha sete anos.

Em seus textos, ela pede que vítimas de abuso não se calem: “Me custou muito entender, mas nós não tivemos culpa, e a vergonha tem que ser do abusador, não nossa. Por isso mostro minha cara e digo a todos vocês, que caso saibam de algo, não olhem para o outro lado”.

“Para todos os adultos que me leem neste momento: todos conhecemos um menino ou uma menina, e é responsabilidade de todos fazer com que sua infância seja feliz e sem abusos”.

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