Pinheirinho: 13 policiais da Rota são indiciados por estupro e tortura

Policias são acusados de cometerem os crimes durante a invasão de uma casa em um bairro próximo da reintegração

Treze policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) que auxiliavam no patrulhamento durante a reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, foram indiciados pelos crimes de estupro, lesão corporal e tortura. Um policial do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) também foi indiciado por prevaricação, uma não vez que não deu atenção à denúncia que uma das vítimas fez ao 190.

Segundo o porta-voz da Corregedoria da Polícia Militar, major Marcelino Fernandes da Silva, denúncias divulgadas pela imprensa foram investigadas pela corregedoria. A investigação constatou que, por volta das 23h30 do dia 22 de janeiro de 2012, viaturas da Rota abordaram sete pessoas que estavam em uma casa do bairro Campo dos Alemães, nas proximidades da área que sofria a reintegração. Uma das moradoras ligou para o 190 logo depois da abordagem e denunciou invasão da residência pelos PMs.

De acordo com a versão apresentada pelas vítimas, uma das mulheres que estava na casa foi obrigada a fazer sexo oral em um tenente, depois de falar que era portadora do vírus HIV. Outra mulher também foi forçada por um sargento a praticar sexo oral; um adolescente, que na época tinha 17 anos, foi empalado com um cabo de vassoura; um homem foi torturado com choques; e as demais pessoas que estavam na residência foram agredidas pelos policiais até que entregassem uma arma e drogas.

Uma das vítimas que sofreu agressões e choques elétricos negociou a sua liberdade atendendo ao pedido dos policiais para que apresentasse uma arma. O homem afirmou que em outro local ele possuía uma arma calibre doze e apresentou a mesma aos policiais.

Na versão dos policiais, a abordagem aconteceu e eles apenas localizaram drogas e uma espingarda calibre 12 na residência. Segundo os PMs, após a ação, um adolescente foi apreendido e seis pessoas foram presas.

Apesar da gravidade dos crimes pelos quais foram indiciados, nenhum dos policiais foi preso. Segundo Fernandes, não existem elementos para fundamentar a prisão preventiva e os PMs foram afastados das atividades operacionais. O major argumenta que nenhum dos policiais está atrapalhando as investigações, ameaçando testemunho e até então não apresentavam “conduta desviante”.

Duas das vítimas serão processadas por porte de armas e drogas. Elas admitiram que no momento da abordagem estavam consumindo maconha. Uma delas buscou uma arma e drogas na tentativa de negociar a liberdade com os policiais.

 

 

Fonte: Revista Fórum

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