Abertas as inscrições: Concurso de Plano de Aula – Aplicando a lei 10.639/2003
Um dos maiores benefícios trazidos pela inclusão da temática afro-brasileira nos currículos seria uma apresentação mais positiva da contribuição dos negros para o desenvolvimento do país, acabando com o foco exclusivo na questão dos escravos durante o período colonial, diz a doutoranda em Educação pela UFPR Adriane de Quadros Sobanski, que também dá suporte a professores pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). “Os negros somem dos livros de História depois da abolição”, lamenta.
Ela cita o uso de poemas, crônicas, culinária e música da África como uma possibilidade de mostrar a influência cultural africana no Brasil. No colégio Bom Jesus, por exemplo, a temática foi introduzida na disciplina de Educação Física, na qual os alunos passaram a estudar a capoeira como conteúdo regular, conta o coordenador do ensino fundamental 2, Pedro Gardim. Aulas de História específicas sobre as populações africanas ocorrem no 7º ano.
O professor Paulo Vinicius Baptista da Silva, da UFPR, diz que a Biologia é outra disciplina que tem contribuído muito no sentido de combate ao preconceito, já que por meio dela os estudantes entendem que, biologicamente, não há diferenciação de raças na espécie humana.
Capacitação
Em Curitiba, a Secretaria Municipal de Educação oferece frequentemente cursos de capacitação na área desde 2006, segundo informa Elaine Beatriz de Oliveira Smyl, dirigente da recém-criada pasta de Coordenação de Educação para as Relações Étnico-Raciais, de Gênero e de Diversidade Sexual. Além dos cursos, a partir de 2008, a prefeitura passou a exigir de todas as escolas municipais a formação de comissões de educação para relações étnico-raciais, compostas por estudantes, professores e funcionários. Esses grupos devem facilitar a implantação de iniciativas multidisciplinares sobre o tema. (JDL)
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Fonte: Gazeta do Povo