PM de Alckmin voltará a usar balas de borracha

Proibida desde a onda de manifestações de junho, arma da Polícia Militar de São Paulo volta agora para tentar conter atos de vandalismo; decisão foi tomada após o protesto de ontem, que terminou com bancos depredados, lojas invadidas e um carro da polícia destruído; secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira anunciou a criação de uma força-tarefa contra “baderneiros” infiltrados em atos e disse que bala de borracha “não retorna contra manifestantes”; “Basta de vandalismo e baderna”, reagiu

247 – A Polícia Militar de São Paulo está novamente permitida a usar balas de borracha durante protestos de rua, informou nesta terça-feira 8 o secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella Vieira. A medida, que foi vetada pelo governo paulista em junho, quando diversos manifestantes foram feridos pela PM, tem como objetivo evitar os atos de vandalismo como os ocorridos na noite desta segunda-feira 7, durante ato em defesa dos professores municipais do Rio de Janeiro.

Grella anunciou nesta tarde a criação de uma força-tarefa para a identificação de vândalos em protestos. “Esse grupo tem como missão impedir que uma minoria de baderneiros atrapalhe o livre direito democrático de manifestação”, disse o secretário. O grupo ao qual ele se referiu comandará a força-tarefa e teve sua primeira reunião nesta terça-feira, no Fórum da Barra Funda, para definir um plano de ação. Participarão do grupo representantes das polícias Militar, Civil e do Ministério Público.

Segundo Grella, depois do ato de ontem, a polícia terá o direito de empregar a “força progressiva” em casos de vandalismo. “Sim, inclusive a bala de borracha. Ela não retorna contra manifestantes. Estamos falando em grupo de vândalos, dessas pessoas, e não dos manifestantes”, afirmou. Ainda sobre a força-tarefa, acrescentou que “será uma via rápida para apurar como esses criminosos agem. E não permitir que fiquem impunes. Basta de vandalismo e baderna”.

Mais cedo, o governador Geraldo Alckmin se manifestou sobre os atos de ontem afirmando que os vândalos haviam “passado do limite” e que tomaria “medidas enérgicas”, mas não deu detalhes do que seria (leia mais em Alckmin: vândalos “passaram do limite”). Durante o protesto desta segunda-feira, ao menos oito agências bancárias foram depredadas, duas lojas foram invadidas e um carro da polícia virado e destruído.

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o anúncio da força-tarefa pelo governo paulista:

São Paulo cria força-tarefa contra “baderneiros” em manifestações

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo anunciou hoje (8) a criação de uma força-tarefa para combater “baderneiros” e “arruaceiros” que participam de manifestações populares. O objetivo é identificar, com rapidez, as pessoas com condutas ilegais presentes nos atos. “A força-tarefa tem o objetivo de impedir que uma minoria de baderneiros atrapalhe o direito de manifestação dos demais”, disse o titular da SSP, Fernando Grella Vieira.

A força-tarefa será formada pelas polícias Civil e Militar e pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Os trabalhos foram iniciados na tarde de hoje. Todas as informações recolhidas pelas polícias desde as manifestações de junho serão colocadas à disposição do grupo. De acordo com o secretário, serão intensificados o acompanhamento das redes sociais e o cruzamento de dados.

Grella disse que a polícia poderá voltar a usar a munição de bala de borracha, quando considerar necessário. O uso do armamento havia sido suspenso pelo próprio secretário, em junho, após a munição ter causado sérios ferimentos em manifestantes, jornalistas e pessoas que transitavam pelas ruas no momento dos protestos.

“Quando a manifestação é ocupada por pequenos grupos que não são manifestantes, são baderneiros, exige do grupo o emprego da força progressiva. Se nós tivermos cena, como vimos ontem, não em relação a manifestantes, mas a grupo de vândalos, ela [a polícia] poderá empregar a força progressiva sim, inclusive a bala de borracha”, disse.

Entre outras ações, Grella confirmou a permanência da ação dos chamados P2 – agentes policiais disfarçados que se infiltram entre os manifestantes. “Todo segmento policial tem seu serviço de informação para orientar, inclusive em termos de diretrizes, o trabalho de prevenção da ação policial. Isso tem sentido social, atende ao interesse público, assim como a polícia civil tem fortemente o setor de inteligência, a polícia militar tem setor de informações”, disse.

Questionado se a polícia pediria a proibição do uso de máscaras nas manifestações, Grella disse que a atitude de esconder o rosto é “irrelevante” e o que a força-tarefa pretende é combater a baderna e a arruaça.

De acordo com a SSP, na manifestação de ontem, houve o registro de sete feridos e 14 pessoas detidas, das quais cinco permanecem presas.

Fonte: Brasil 247

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