Polícia Civil investiga denúncia de injúria racial em Salvador após casal acusar homem por ameaças e ofensas racistas

Além da denúncia de racismo o casal prestou queixa de ameaça e invasão.

FONTEDo G1
Portal Geledés

A Polícia Civil investiga uma denúncia de injúria racial em Salvador após um casal de empresários acusar o dono de um ponto comercial por ameaças e ofensas racistas em um aplicativo de mensagens.

Max e Josy Lima trabalham com revenda de carros e depois da pandemia da Covid-19, decidiram abrir uma loja física. O casal pesquisou pontos comerciais e escolheu o imóvel na Avenida ACM, na Rua da Polêmica.

Josy Lima conta que os problemas começaram na hora de fechar o contrato. “Quando eu peguei o contrato para ler, vi que tinha clausulas que a gente não tinha acordado. Eu questionei, ele não gostou. A gente tinha combinado uma coisa, eu já vi que ele não tinha palavra”, disse.

Mesmo sem definir como ficariam as divergências do contrato, Max e Josy disseram que fizeram o pagamento de R$ 15 mil relativos a três meses de aluguel. No entanto, o desentendimento entre eles e o proprietário, aumentou.

Segundo o casal, entre as mensagens de celular começaram as ofensas.

“Sua ‘nigrinha’, preta, nojenta, graxeira. Você me respeite. Só estou discutindo com você porque você está no que é meu. Você é pobre. Pobre coitado, um João ninguém e ela é um secretária, graxeira, secretaria doméstica”, diz o proprietário.

Josy Lima e Max foram à delegacia e prestaram queixa de racismo contra o dono do imóvel.

“Primeiro teve ameaça de morte. Demos uma queixa. Quando eu estava saindo da delegacia, pedindo que ele fosse na loja conversar com a gente foi quando ele começou a me chamar de ‘nigrinha’, preta e tudo que todo mundo já ouviu. De lá para cá, a gente não teve mais paz”, contou a mulher.

“Ele fala o tempo todo, cadê que eu fui preso? Nada vai dar”, conta Max.

Além da denúncia de racismo o casal prestou queixa de ameaça e invasão. De acordo com a lei do inquilinato, o dono do imóvel depois de alugar só pode entrar com autorização e não foi isso que teria acontecido.

As câmeras de segurança instaladas pelo casal mostram que o dono do imóvel mostram no estabelecimento à noite, em um momento de confraternização, com outros convidados. E depois disso ele ainda foi flagrado ao entrar outra vez no imóvel.

A TV Bahia tentou entrar em contato com o dono do imóvel, mas não conseguiu até a última atualização dessa reportagem.

Além da queixa na delegacia, o casal também acionou o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que disse que um promotor vai avaliar o caso para tomar as medidas cabíveis.

Max e Josy fecharam a loja porque dizem que não se sentem seguros para continuar a trabalhar no local. Segundo eles, o desejo é por justiça.

“Eu quero voltar a acreditar que ainda existe justiça. Quero andar sem medo de ser assassinado”, diz Max.

“Ele precisa que alguém para ele. Ele é uma pessoa extremamente racista. Fazendo mal a pessoas. Eu não sou a primeira nem a última que ele vai fazer isso”, fala Josy.

A Polícia Civil informou que testemunhas vão prestar depoimentos e o suspeito de cometer os crimes foi intimado e será ouvido na 6ª Delegacia Territorial (DT) de Brotas.

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