Policial negro é abordado por PM branco durante o trabalho pela 2ª vez

O policial civil negro W.V.S, 39, que em junho deste ano foi agredido por PMs enquanto levava suspeitos, voltou a ser abordado por colegas enquanto trabalhava. Em boletim de ocorrência registrado hoje, ele afirma que policiais militares o pararam na Rua Domênico Palma, em São Paulo, quando ele dirigia uma viatura descaracterizada e, mesmo depois da identificação, um segundo grupo de PMs teria impedido sua saída do local.

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Segundo relato de W.V.S. no boletim, ele percebeu pelo retrovisor a aproximação de dois policiais militares em motocicletas e, imaginando que seria abordado, acionou os sinais luminosos da viatura para indicar que era um policial civil. Mesmo assim, os militares o pararam, de acordo com o relato. W.V.S. conta que mostrou seu documento funcional de policial civil e ainda informou que o veículo era uma viatura oficial.

Depois de prestar informações aos militares, W.V.S. também teria pedido que eles se identificassem, e anotado informação de um dos policiais, que no boletim de ocorrência está declarado como branco. Na sequência, o W.V.S. teria tentado sair da local da abordagem, mas disse que foi impedido por mais viaturas da Polícia Militar.

Ainda de acordo com o relato registrado, W.V.S. teria precisado comprovar novamente sua identidade para os colegas e, finalmente, conseguido deixar o local. Depois disso, ele se dirigiu para a 43º DP, onde registrou boletim de ocorrência.

Agredido por policial militar enquanto levava suspeitos

“Vai, negão, deita no chão”. “Que polícia que nada, seu filho da p***”. Essas foram as ordens que W.V.S. teria recebido de um policial militar branco por volta das 12h45 do dia 8 de junho, em frente à delegacia em que trabalha, no centro de São Paulo, enquanto conduzia três suspeitos para o Distrito Policial.

No dia, o policial civil também registrou B.O de lesão corporal, injúria e violência arbitrária. O PM acabou fugindo sem ser identificado, porém a numeração da moto que usava foi anotada, assim como sua cor de pele. Com base nessa informação, a Polícia Civil oficiou a PM e a Corregedoria da corporação, requerendo o nome do policial e medidas a serem adotadas.

 

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