Por que a diversidade faz bem para os negócios, para nós e para o futuro

No início de março, aconteceu em Austin, no Texas, mais uma edição do South by Southwest,evento de interatividade, música e cinema realizado todo ano na cidade mais estranha dos Estados Unidos.

Por Gabriela Alberti Do Hypeness

Jay Janner/Associated Press

Em sua 31ª edição, o festival costuma reunir pessoas de todo o mundo – 82 países este ano – em busca de conhecimento e, principalmente, de tendências, já que o SX é popular por lançar aplicativos e tecnologias que irão moldar nossas vidas nos próximos anos.

Só no Interactive, foram mais de 3 mil palestrantes que se apresentaram nos 1.370 painéis, onde os mais diversos temas foram discutidos, como blockchain, inteligência artificial e carros autônomos, por exemplo. Mas, apesar do foco do evento ser futuro e inovação, sem dúvidas, um dos assuntos que mais vieram à tona durante todos esses dias foi a diversidade.

Figuras como Bozoma Saint John, Chief Brand Officer do Uber, Sadiq Khan, prefeito de Londres, Melinda Gates, co-fundadora e co-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates,Ta-Nehisi Coates, jornalista e escritor, e Chelsea Manning, militar transexual, foram apenas algumas das que bateram forte nessa tecla.

Sadiq, por exemplo, é filho de imigrantes paquistaneses, além de ser o primeiro muçulmano a chegar ao cargo de prefeito da capital britânica. No início do seu painel, bastante impactante, o político leu diversos tuítes que recebeu de internautas, todos com conteúdos racistas. O seu objetivo era levantar a importância da inclusão, respeito e diversidade, fator decisivo para um futuro mais digno não somente para as cidades, mas para todos.

Sadiq Khan @ SXSW

Já Bozoma, assim como Melinda, defendeu a diversidade principalmente no ambiente de trabalho. Ambas são crias de empresas da área da tecnologia, universo predominantemente machista, onde a desigualdade de gênero é nítida. Há desde casos de assédio moral e sexual atéstartups comandadas por mulheres que chegam a receber investimentos 16 vezes menores do que startups comandadas por homens.

Para a executiva do Uber, no entanto, estamos vivendo um momento único, onde devemos ser agentes da mudança que queremos ver. Melinda Gates também levantou essa bola. Ela disse ter total ciência da dificuldade enfrentada pelas mulheres no ambiente de trabalho, pois ela mesma já passou por isso, mas acredita que de nada adianta ficarmos paradas esperando a mudança acontecer, uma vez que o ambiente só irá mudar com as nossas atitudes.

Bozoma Saint John © digital.di.se

Porém, isso não significa que apenas mulheres, negros e outras minorias serão responsáveis por inverter essa cultura onde eles não têm voz nem vez“Essa é uma questão para todos fazerem barulho, pois nos afeta como um todo, como sociedade”, disse Bozoma.

Fato é que somos todos responsáveis. Se queremos um mundo mais justo e igualitário, onde a diversidade de raça, credo ou gênero predomine em todos os tipos de ambiente, devemos nos esforçar para tornar isso realidade. E engana-se que, para isso, precisamos ter algum cargo importante ou muito dinheiro. São as pequenas atitudes que, juntas, farão a diferença.

No mês passado, por exemplo, o Tinder deu início a uma campanha para promover mudanças e colaborar com um mundo mais inclusivo e igualitário. A ideia é que, além dos emojis de casais homossexuais que existem desde 2015, agora tenhamos também emojis de casais inter-raciais. Dessa maneira, todos se sentirão representados, sem exceção. “Acreditamos que toda forma de amor merece ser representada por emojis”, diz o comunicado do aplicativo de encontros mais popular do mundo.

Não é a primeira vez que uma empresa se mobiliza para incluir emojis que representam à todos. Em 2016, por exemplo, o Google enviou um documento ao Unicode Consortium, organização responsável pela regulação e padronização dos símbolos, com um pacote de novos emojis femininos, que visam representar as mulheres em diferentes tipos de profissões.

A campanha do Tinder, batizada de #RepresentLove, acabou surgindo depois de uma pesquisa realizada pela Cornell University, que mostrou que os encontros online e relacionamentos inter-raciais andam de mãos dadas. O estudo sugere que o Tinder pode, inclusive, ter responsabilidade pelo aumento no número de casamentos inter-raciais.

Diante disso, a empresa sentiu-se inspirada em levantar essa bandeira. “Nós queremos promover uma comunidade inclusiva e diversa, com pessoas que se apoiam, independentemente das semelhanças e diferenças”.

É possível colaborar com a causa do #RepresentLove das seguintes formas:

– Assinando a petição;

– Compartilhando o vídeo abaixo nas redes sociais, e pedindo para seus amigos para também propagarem a mensagem;

 

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