Fonte:Piquete Laceiros Negros Contêmporaneos
A realização do Acampamento da Consciência Negra e da Cavalgada da Consciência Negra em sua 7ª edição já é um evento tradicional que está inserido na grande programação da Semana da Consciência Negra que ocorre no mês de novembro na cidade de Porto Alegre.
No Parque Estância da Harmonia, local onde ocorre o Acampamento da Consciência Negra acontecem inúmeras atividades educativas e culturais como palestras, exibição de filmes, espetáculos de música e dança, voltadas para crianças, estudantes e população em geral.
A Cavalgada da Consciência Negra é o grande evento de encerramento da programação. Essa cavalgada sai do Parque Estância da Harmonia e percorre aproximadamente 20 quilômetros pelas ruas de Porto Alegre, em um roteiro que privilegia os locais onde o negro esteve presente na história dessa cidade como o Largo da Forca, Pelourinho, Igreja das Dores, Mercado Público, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Colônia Africana, Praça Carlos Santos, etc.
Utilizando um sistema de convites, garantindo a representação de cavalarianos negros que sempre estiveram presentes na construção da cultura gaúcha, em inúmeras atividades campeiras nas estâncias do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, a Cavalgada da Consciência Negra é um evento aberto também a participação de cavalarianos de outras etnias.
O Piquete Lanceiros Negros Contemporâneos, é formado por negros que se identificam com o gauchismo, não necessariamente com o tradicionalismo, que é uma construção da sociedade moderna mais recente, 1948, mas com aquela cultura gaúcha que foi construída desde o início do século XV, por espanhóis, pelos povos nativos, por portugueses e também por negros.
O Piquete Lanceiros Negros Contemporâneos respeita os negros que expressam sua negritude usando o cabelo rastafari ou ainda a colorida bata tipo africana, os que curtem ou não um “reggae”, jamaicano, um samba ou um pagode, participam do movimento hip-hop, ou praticam a capoeira, ou ainda procuram a sua identidade em outras matrizes culturais africana, baiana, mas também quer ser respeitado como negros gaúchos ou gaúchos negros, visto que acreditamos que tudo o que foi construído neste estado tem o braço e a participação do negro, inclusive essa cultura gauchesca que se impõe hegemonicamente no Rio Grande do Sul.