Posto de saúde combate DSTs com criatividade

Unidade do Caju distribuiu bonecos feitos de garrafa pet e recheados de camisinhas em estabelecimentos como bares, padarias, mercadinhos e lanchonetes. Iniciativa surgiu devido ao crescimento do número de meninos e meninas com até 15 anos atendidos no posto com sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis

Favela 247 – Uma campanha de conscientização e prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) tem chamado a atenção de quem anda pelas ruas do bairro do Caju, na Zona Portuária. Por iniciativa dos agentes do Posto de Saúde Fernando Antônio Braga Lopes, foram colocados em bares, padarias, mercadinhos e lanchonetes bonecos feitos de garrafas pet recheados de camisinhas, que podem ser retiradas gratuitamente. De acordo com matéria do site do Viva Favela, o alerta foi dado pelo crescimento do número de meninos e meninas com até 15 anos atendidos no posto com sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis. “Queremos mostrar que a camisinha não é importante apenas para prevenir uma gravidez indesejada”, explicou a técnica de enfermagem Alyne Erbe Fernandes, uma das responsáveis pela campanha. Proprietário do Bar do Seu Zé, um dos estabelecimentos que aderiram à campanha, José Fernandes se mostra envolvido com a causa. “Não me incomodo nem um pouco com as camisinhas. Sempre que um adolescente vem aqui, eu ofereço o preservativo. Eles ficam com vergonha e até acham engraçado, mas é assim que podemos ajudar a proteger a nossa juventude”, afirma.

Por Lina Soares

Um boneco pet no combate às DSTs

Quem anda entre as ruelas e becos do Complexo do Caju, Zona Portuária do Rio, e entra no Bar do Seu Zé, dá de cara com algo engraçado e criativo: um boneco feito de garrafa pet recheado de camisinhas, que podem ser retiradas gratuitamente. A iniciativa desta bem humorada campanha de conscientização e prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) partiu de agentes do Posto de Saúde Fernando Antônio Braga Lopes.

O alerta foi o crescimento do número de meninos e meninas com até 15 anos de idade que foram atendidos no posto com Sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis. “Queremos mostrar que a camisinha não é importante apenas para prevenir uma gravidez indesejada”, explicou a técnica de enfermagem Alyne Erbe Fernandes, uma das responsáveis pela campanha.

A intenção do núcleo de saúde do Caju é que a proposta não se resuma à distribuição de preservativos, mas que avance para reuniões com os adolescentes em escolas e centros comunitários da região.

Mãe de uma adolescente de 13 anos, a dona de casa Jucileide Barbosa do Nascimento diz que a estratégia é válida não só para ajudar a filha, mas outros jovens da mesma idade: “Fiquei muito assustada com o número de adolescentes portadores de doenças sexualmente transmissíveis. Os pais nunca devem negar uma orientação ao filho nessa fase de descobertas e o nosso papel na campanha é fundamental.”

Medo de perder o namorado

Moradoras do Parque Boa Esperança, as estudantes Jaqueline, Luiza e Rayane, 14 anos, e Beatriz, 12,  concordam que dialogar com os pais  pode fazer a diferença na tomada de decisões relacionadas à vida sexual dos filhos. “Hoje consigo ter uma conversa aberta com meus pais sobre os perigos de uma relação sem proteção. Isso ajuda muito para que, no futuro, eu não seja uma vítima das DSTs”, opinou Jaqueline.

Para Luiza e Rayane, o medo de perder o namorado faz com que muitas meninas deixem a decisão de usar ou não o preservativo nas mãos do companheiro: “Acho que as garotas estão confiando muito nos meninos e se entregando sem antes saber o que eles têm. Muitas se entregam sem ter nenhuma experiência, para não perderem aquele menino que fica pressionando para ter uma relação, relata Luiza.

Fernando Paiva Fernandes, 20 anos, prefere não apontar culpados: “Com a facilidade de acesso à informação que a nossa geração tem, não é certo colocar a culpa nas meninas ou meninos e sim assumir a responsabilidade que a liberdade de hoje em dia nos proporciona”.

Os comerciantes estão animados e envolvidos com a campanha: “Não me incomodo nem um pouco com as camisinhas. Sempre que um adolescente vem aqui, eu ofereço o preservativo. Eles ficam com vergonha e até acham engraçado, mas é assim que podemos ajudar a proteger a nossa juventude”, afirma o proprietário do bar, José Fernandes. Vale lembrar que o Bar do Seu Zé não é o único lugar do Caju que distribui os preservativos: padarias, mercadinhos, lanchonetes e outros bares da região também contam com o boneco de garrafa pet.

Fonte: Brasil247

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