Povos tradicionais resistem à injustiça

 

A expropriação de territórios e ausência do poder público na solução dos conflitos é uma das questões denunciadas pelo Grupo de Trabalho de Racismo Ambiental da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA), que lançou o “Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil”, ontem, no auditório da Universidade Federal do Ceará (UFC).

 

Além da divulgação do estudo, outras ações estão sendo realizadas pelo grupo. De hoje até amanhã, acontece a 1ª Oficina de Combate ao Racismo Ambiental do Nordeste, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), no Passaré, com a presença de representantes dos Estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte.

 

Participam do evento movimentos, fóruns, populações tradicionais e pesquisadores que estarão reunidos para discutir estratégias de resistência em relação aos problemas socioambientais gerados pelo modelo de desenvolvimento capitalista.

 

Comunidades tradicionais

 

As índias Tremembés, de Itapipoca, e os índios Tapuya Kariri, de São Benedito, participaram do lançamento do “Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil”. Eles representam algumas das comunidades que estão citadas no estudo, como os índios Jenipapo Kanindé, de Aquiraz, os Tapebas, de Caucauia, e o Povo Anacé, de São Gonçalo do Amarante.

 

Usando cocar, colares e símbolos indígenas, Francisco de Assis, o neguinho Tapuya Kariri, como prefere ser chamado, explica que participar desses espaços é ser exemplo de resistência contra as injustiças ambientais que as comunidades sofrem. Em São Benedito, por exemplo, de onde ele vem, as monoculturas de cana e batata estão causando danos a cerca de 380 pessoas, dentre 64 que se reconhecem índios. “Eles usam as águas dos nossos rios, destroem a terra e nos impedem de realizar o plantio, se me visto assim, com penas e dentes dos bichos, é para valorizar a natureza que não é vista”, protesta.

 

 

 

Fonte: Diário do Nordeste

+ sobre o tema

No Recife, Marina Silva sai em defesa de Marco Feliciano

“Feliciano está sendo mais hostilizado por ser evangélico que...

Condenado por atear fogo em índio Galdino passa em concurso e vira servidor

Depois de quitar dívida com a Justiça, um dos...

Maceió: Movimento negro denuncia ação de policiais à Promotoria de Justiça de Direitos Humanos

Representantes do movimento negro, a professora universitária Franqueline...

I Fórum Direitos Humanos, Diversidade e Preconceito acontece nesta quarta-feira (16), na URCA

Começa nesta quarta-feira, na Universidade Regional do Cariri...

para lembrar

Classe média antipetista irá pagar em breve o preço de apoiar Temer

O colunista Jânio de Freitas, em artigo publicado na...

Campanha #MaisQueImigrante visa desconstruir xenofobia dos brasileiros

Até o fim do mês, projeto reunirá relatos, fotos...

Anistia Internacional e juízes criticam Estado brasileiro por mortes em Manaus

A Associação Juízes para a Democracia (AJD), criticou o...

Nova Política de Drogas com Nathália Oliveira

“Justificando Entrevista” começa neste 2017 com o debate mais...
spot_imgspot_img

Ministério da Igualdade Racial lidera ações do governo brasileiro no Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU

Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, está na 3a sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU em Genebra, na Suíça, com três principais missões: avançar nos debates...

Conselho de direitos humanos aciona ONU por aumento de movimentos neonazistas no Brasil

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, acionou a ONU (Organização das Nações Unidas) para fazer um alerta...

Ministério lança edital para fortalecer casas de acolhimento LGBTQIA+

Edital lançado dia 18 de março pretende fortalecer as casas de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ da sociedade civil. O processo seletivo, que segue até...
-+=