Prédio do AfroReggae é alvo de tiros na Vila Cruzeiro

Disparos foram efetuados no fim da tarde desta quinta. Não houve feridos

or volta das 18h desta quinta-feira (1º), tiros foram disparados contra um núcleo do AfroReggae, na Vila Cruzeiro, comunidade ocupada por forças de pacificação na zona norte do Rio. Não houve feridos. Segundo o líder da ONG, José Júnior, os disparos foram efetuados por quatro criminosos que chegaram em duas motos.

O novo atentado ocorre dois dias após tiros de fuzil serem disparados contra outra sede do Afroreggae, que já havia sido incendiada há duas semanas. Em 16 de julho, Wagner Moraes da Silva, de 20 anos, suspeito de ser um dos responsáveis pelo incêndio, foi levado sob custódia para o hospital Pedro Segundo, na zona oeste, com 30% do corpo queimado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no começo desta semana.

Pelo Twitter, José Júnior afirmou que os tiros não intimidam o AfroReggae: “Não vms [vamos] fechar! Esses atentados fazem parte da estratégia dos covardes q querem mostrar o q nao tem: força !!!!!!”.

Ainda segundo José Júnior, os disparos foram feitos com pistolas. Policiais da UPP local perseguiram os responsáveis pelos tiros, que fugiram em direção à favela da Chatuba.

Mudanças no policiamento

O Secretário Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, anunciou nesta quinta-feira (31) que haverá mudanças na estratégia de policiamento no Complexo do Alemão, na zona norte.

Beltrame fez o anúncio durante a reabertura do núcleo do grupo cultural Afroreggae na comunidade. As atividades do grupo estão sendo desenvolvidas em outro prédio, enquanto a sede passa por obras de recuperação. O governador Sérgio Cabral, e o coordenador do AfroReggae, José Júnior, também participaram da solenidade.

Beltrame informou que a polícia já tem informações sobre os tiros disparados na noite de terça-feira (30) contra o prédio do AfroReggae. Segundo o secretário, foram obtidas informações “no âmbito da inteligência”, mas ainda falta formação de prova.

— Isso é fruto de investigação policial, de um trabalho da inteligência. Nós precisamos de formação de prova. E, mais do que isso, capturar essas pessoas.

De acordo com o secretário, uma facção criminosa seria a responsável pelos atentados na comunidade do Alemão. Segundo ele a ordem teria vindo de presídios. Beltrame disse ainda que o grupo responsável pelo incêndio e pelos tiros é o mesmo.

— Temos a nítida impressão de que este movimento é muito mais contra José Júnior pela sua história, do que efetivamente contra o projeto da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

O governador Sérgio Cabral destacou a importância do grupo cultural para a sociedade.

— O AfroReggae faz um belo trabalho social e cultural, inclusive de recuperação de ex-traficantes, que encontram o caminho do bem. O AfroReggae já foi convidado para fazer apresentações no mundo inteiro. Ter um ícone como este de cultura e entretenimento – é disto que estamos tratando aqui, é de cidadania.

Apesar de entender que há risco na reabertura do AfroReggae, José Júnior disse que o grupo confia no trabalho de segurança do governo.

— Fechamos porque houve uma ameaça, mas estamos reabrindo mesmo com esse ordenamento. A ordem para fecharmos chegou quinta-feira (18), e ainda abrimos na sexta (19). Só fechamos no sábado (20). Ficamos dez dias fechados por causa das ameaças. Se eu disser que não há risco, estarei mentindo.

 

Fonte: R7

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