Prêmio Faz Diferença 2024: Sueli Carneiro vence na categoria Diversidade

Filósofa e doutora em Educação é uma das principais vozes no ativismo pelos direitos das mulheres e da população negra no Brasil

Uma das maiores intelectuais da História do país, a escritora, filósofa e doutora em educação Sueli Carneiro é a vencedora na categoria Diversidade do Prêmio Faz Diferença 2024. Fundadora do Geledés, Instituto da Mulher Negra, e integrante do movimento conhecido como “Lobby do Batom”, que lutou pela inclusão da igualdade de gênero na Constituição de 1988, Sueli é referenciada como uma das principais vozes no ativismo pelos direitos das mulheres e da população negra no Brasil.

O Geledés foi criado para denunciar as desvantagens e discriminações ainda sofridas pelas mulheres negras no país. O instituto se posiciona de maneira crítica a movimentos de mulheres e movimentos feministas que não reconhecem as desigualdades entre negras e brancas e não consideram a mulher negra como protagonista das lutas por equidade.

Em 1988, Carneiro foi coordenadora do Programa Mulher Negra do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, vinculado ao Ministério da Justiça e considerado o embrião do Ministério da Mulher. Na pasta, participou de eventos que marcaram a evolução do debate sobre igualdade racial na redemocratização.

Nos três governos Lula, Carneiro integrou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social como representante da sociedade civil. Em 2022, se tornou a primeira mulher negra a receber o título de Doutora Honoris Causa pela UNB e foi Personalidade Literária do Prêmio Jabuti.

No ano passado, a filósofa fundou a Casa Sueli Carneiro, que reúne mais de 4 mil documentos, além dos quatro livros e dezenas de artigos que escreveu. A instituição também sedia espaços para cursos e iniciativas de educação popular e abriga um centro de memória do movimento negro brasileiro.

Carneiro disse se sentir muito honrada em receber o Prêmio, e ressaltou a importância das outras candidatas ao Faz Diferença deste ano — Ana Fontes, chair do W20 Brasil, e a executiva Kátia Regina, da Nestlé — na luta por igualdade.

— Costumo dizer que a luta antirracista e antissexista só se dá no coletivo, então esse prêmio é sobre isso — comenta.

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