Ministro criticou trote racista na universidade, o que classificou como “perda de valores”
Por: Felipe Rezende
O ministro Carlos Alberto Reis de Paula, primeiro negro a presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi homenageado na noite desta quinta-feira (11) pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para o ministro, a cerimônia foi uma “volta para casa”.
— É um dos momentos mais importantes da minha vida. Eu me formei aqui, fiz doutorado aqui. Só saí de Minas para ir para Brasília.
A solenidade ocorreu em meio à polêmica causada após imagens do trote racista promovido por alguns alunos do curso de direito circularem na internet.
Mineiro de Pedro Leopoldo, na região central do Estado, Reis de Paula se formou em Direito pela UFMG em 1970. O ministro classificou o episódio, ocorrido em março deste ano, como “uma perda de valores”.
A maior autoridade da corte trabalhista do Brasil ainda fez questão de ressaltar que a instituição “valoriza a igualdade e respeita a diversidade”
— A faculdade vai mostrar, inclusive para esses estudantes, que ela tem um nome a zelar.
Reis de Paula tomou posse em 5 de março, cinco meses após outro mineiro ter feito história: em outubro de 2012, Joaquim Barbosa se tornou o primeiro negro a presidir o Supremo Tribunal Federal (STF).
O trote
As imagens ganharam repercussão nas redes sociais e mostram um “veterano” segurando uma estudante acorrentada, com a pele pintada e com um cartaz escrito “Caloura Chica da Silva”. Em outra imagem, estudantes fazem saudações nazistas ao lado de um calouro amarrado a uma pilastra.
A UFMG formou uma comissão para investigar a conduta dos estudantes, que podem acabar expulsos. O grupo recebeu um prazo de 30 a 60 dias para concluir a investigação. Os estudantes afirmam que as imagens foram “mal interpretadas”.
Fonte: R7
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