Produtores de ‘Django livre’ interrompem produção de bonecos de personagens

Os produtores de “Django livre”, de Quentin Tarantino, ordenaram na sexta-feira a interrupção da fabricação de bonecos baseados no filme de escravidão indicado a Oscar, após críticas de que eles eram ofensivos aos afro-americanos. Os bonecos de 20 centímetro de altura, que têm como público-alvo pessoas acima de 17 anos, fãs do trabalho do cineasta, incluíam o escravo liberto Django (vivido nas telas por Jamie Foxx), que vinha com armas, sua mulher Broomhilda (Kerry Washington) e o cruel fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio).

“Django livre” foi criticado por grupos afro-americanos pela sua interpretação da escravidão e da violência. Apesar da polêmica, o filme foi indicado a cinco Oscars, incluindo o de melhor filme. A Rede Nacional de Ação, do líder de direitos humanos Al Sharpton, está entre os grupos que criticaram os bonecos.

“Vender esse boneco é altamente ofensivo a nossos ancestrais e à comunidade afro-americana”, afirmou K.W. Tulloss, presidente da filial de Los Angeles do órgão, ao jornal “New York Daily News”. “Esse filme é para adultos, mas os bonecos parecem ser para crianças”, afirmou Tulloss ao jornal. “Não queremos que outros indivíduos os utilizem para entretenimento, para zombar da escravidão”, completou.

A Weinstein Co, que produziu “Django livre”, afirmou em comunicado na sexta-feira que, devido à reação aos bonecos, ordenou que a produção fosse interrompida. “Temos tremendo respeito pelo público e nunca foi nossa intenção ofender qualquer pessoa”, informou a empresa.

Os bonecos foram vendidos pela Associação Nacional de Colecionáveis, que não foi encontrada para comentar a polêmica. Os produtores lembraram que os bonecos foram produzidos em todos os filmes passados de Tarantino, incluindo a produção de vingança da Segunda Guerra “Bastardos Inglórios”, de 2009.

“Django livre” é estrelado por Jamie Foxx, Christoph Waltz e Leonardo DiCaprio, e arrecadou cerca de US$ 130 milhões nas bilheterias norte-americanas e canadenses desde a estreia, em 25 de dezembro.

Fonte: Globo

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