Proporção de pobres cai para 23% no Brasil

Por: ANTÔNIO GOIS

Segundo estudo, percentual era de 33% há quatro anos; Sudeste está entre as regiões mais favorecidas


O percentual de pobres caiu de maneira sustentável no Brasil entre 2004 e 2008 e, mesmo com a crise financeira internacional, o movimento provavelmente não foi interrompido em 2009, de acordo com a economista Sonia Rocha, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.

Ela apresentou ontem, no 22º Fórum Nacional, um estudo com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, que mostra que a proporção de pobres no país caiu de 33,2% para 22,9% no período pesquisado.

O movimento contribuiu para a redução da desigualdade, mas teve impactos diferentes nas regiões brasileiras. No Sudeste, por exemplo, a queda no número de pobres foi de 35%, enquanto no Nordeste esse percentual foi de 27%.

A economista explica que o Sudeste, particularmente São Paulo, beneficiou-se mais do crescimento da renda no período, pois o principal fator que motivou isso foi a melhoria do mercado de trabalho e o aumento do salário mínimo.

Ela destaca que esse era um fato esperado, pois os grandes centros tendem a se beneficiar mais rápido do crescimento econômico, mas que contribui para aumentar a desigualdade entre regiões.
O trabalho mostra também que as famílias mais pobres foram as mais beneficiadas pelo crescimento.

 

No caso apenas desse grupo, o peso das transferências de renda no orçamento total familiar aumentou de 10% para 18%, o que mostra que programas como o Bolsa Família ou o Benefício de Prestação Continuada tiveram papel importante na redução da pobreza.

Isso não significa, diz ela, que a melhoria da situação financeira dos pobres se deu apenas por causa dessas transferências. O peso da renda do trabalho ainda representa 71% do orçamento familiar desse grupo. O que o dado mostra é que as transferências cresceram em ritmo superior aos salários e às demais rendas do trabalho.

Como os dados consolidados de 2009 só serão divulgados em setembro, ainda não é possível saber se o movimento de redução da pobreza continuou mesmo durante a crise.

Ela, porém, aposta que a queda deve ter continuado, já que houve melhoria do salário mínimo, aumento das transferências de renda, e a crise, no período de coleta da pesquisa do IBGE (setembro), já havia passado por sua pior fase.

 

 

Fonte: Folha de S.Paulo

+ sobre o tema

Prefeitura do Rio revoga resolução que reconhecia práticas de matriz africana no SUS; ‘retrocesso’, dizem entidades

O prefeito Eduardo Paes (PSD) revogou, na última terça-feira (25), uma...

Decisão de julgar golpistas é histórica

Num país que leva impunidade como selo, anistia como...

A ADPF das Favelas combate o crime

O STF retomou o julgamento da ADPF das Favelas, em...

STF torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe e abre caminho para julgar ex-presidente até o fim do ano

A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira...

para lembrar

Barbosa nega entrar na política e diz que terá gestão sem ‘turbulências’

Por: GUSTAVO GANTOIS O ministro Joaquim Barbosa, eleito...

Defesa de Brittney Griner recorre à sentença de 9 anos de prisão na Rússia

A jogadora de basquete norte-americana Brittney Griner, condenada na Rússia a...

Texto que ironiza a forma como a mídia trata a crise viraliza nas redes sociais

Viralizou nas redes sociais um post no facebook em...

Câncer de Lula regrediu 75%, dizem médicos

Amanda Polato Com resultado do tratamento, equipe descartou submeter...

Comitê Quilombola da 2ª Marcha das Mulheres Negras é lançado em Brasília

Mulheres quilombolas de todo o país lançaram, nesta terça-feira (25), o Comitê Quilombola da Marcha das Mulheres Negras 2025, que acontecerá em novembro. O...

Governo encara o privilégio tributário dos muito ricos

Mais que cumprir promessa da campanha de 2022 ou anabolizar a popularidade enfraquecida do presidente da República, o projeto de lei que isenta de...

Google concorda em pagar US$ 28 milhões em processo por preconceito racial

O Google concordou em pagar US$ 28 milhões (cerca de R$ 159 milhões) para encerrar uma ação judicial por preconceito racial, que alegava que funcionários brancos...
-+=