Quase um terço dos britânicos admite ter preconceito racial

Estudo de instituto britânico revela crescimento do racismo no Reino Unido e retorno a nível de 30 anos atrás

Quase um terço dos britânicos admitiu ter algum preconceito racial, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (28/05) pelo Centro Nacional de Investigação Social do Reino Unido. Esse instituto britânico independente dedicado à pesquisa social ressaltou que a proporção de ingleses que confessou ter algum preconceito de viés racial aumentou desde o começo do século XXI, retornando ao nível existente há 30 anos.

Entre os mais de 20 mil britânicos ouvidos, um terço admitiu ter ‘muito’ ou ‘pouco’ preconceito. O número é mais que os 25% que admitiram ter preconceito na pesquisa realizada em 2001.

A conselheira do Centro, Penny Young, considerou o resultado “inquietante”.

O estudo encontrou também diferenças na atitude das pessoas questionadas dependendo da parte do país. Em Londres, 16% dos entrevistados admitiu ter preconceito racial. Na região de West Middlands, no oeste da Inglaterra, este número é mais do que o dobro, 35%.

Embora os homens mais velhos que tem trabalhos braçais sejam os que têm o maior percentual de rejeição, o grupo que registrou o maior aumento na pesquisa foi o de homens com escolaridade.

Os níveis de preconceito aumentam com a idade, segundo o estudo. É de 25% entre pessoas entre 17 e 34 anos, e 36% entre os com mais de 55 anos.

“Os níveis de preconceitos raciais diminuíram na década de 90, mas voltaram a aumentar de novo durante a primeira década deste século”, assinalou Young, e acrescentou que esses dados “vão contra a tendência de um Reino Unido socialmente mais liberal e tolerante”.

“Nossos líderes nacionais têm que compreender e responder aos níveis de preconceitos raciais crescentes se querem construir comunidades locais sólidas”, advertiu.

Além disso, mais de 90% dos indagados que confessou ter algum preconceito confirmou o desejo de que o número de imigrantes ao Reino Unido diminua, opinião compartilhada por 73% das pessoas que indicaram não ter preconceito.

 

Fonte: OperaMundi

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