Quatro policiais acusados da morte do menino Juan irão a júri popular

Em decisão na última sexta, Justiça também manteve as prisões preventivas deles

O juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, decidiu na última sexta-feira (27) que os quatro policiais militares acusados da morte do menino Juan Moraes, 11 anos, em junho do ano passado, irão a juri popular. A data, porém, ainda não foi definida.

Segundo o juiz, “há indícios suficientes de autoria e participação, prova da materialidade, tipicidade e ilicitude da conduta delituosa imputada, inclusive, das qualificadoras, delineadas nas provas orais” para que o caso seja julgado pelo júri popular.

O magistrado também manteve as prisões preventivas de Isaias Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva. Eles são acusados da prática de dois homicídios dolosos qualificados pelo motivo torpe e pelo emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas, e duas tentativas de homicídios dolosos, também duplamente qualificados, contra Igor Souza Afonso, Juan Moraes Neves, Wesley Felipe Moraes da Silva e Wanderson dos Santos de Assis.

Quanto às prisões, Silva afirmou estar convencido da “essencialidade” delas. Além disso, explicou que “não houve alteração no quadro fático que propiciou a decretação e manutenção de suas custódias”. E ainda: “elas são asseguradoras do bom curso da instrução processual e garantia da ordem pública”.

Relembre o caso

O menino Juan morreu baleado durante uma operação da PM no bairro Danon, em Nova Iguaçu. De acordo com o depoimento do irmão de Juan, que também foi atingido durante a ação, ele e o menino iam para a casa quando foram surpreendidos pelos tiros. O rapaz contou que, quando foi abordado pelos policiais, eles o confundiram com um traficante e o chamaram de “aviãozinho” do tráfico de drogas. O caso revoltou a família e os moradores da comunidade. O corpo de Juan foi encontrado na beira do rio Botas, em Belford Roxo, também na baixada, dias depois da morte.

 

Fonte: R7

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