Que 2016 seja alvissareiro para o povo brasileiro

A chegada de um novo ano marca o alvorecer de um novo tempo e a possibilidade de melhores dias, nem sempre concretizáveis, mas a esperança é daquele tipo “vai que acontece”!
No geral, acho que há o que comemorar ter “rompido” o Ano-Novo. Em linguajar do sertão maranhense, “romper o Ano-Novo” é a dádiva de estar vivo, logo, nem sempre a alegria é babaquice, a não ser quando as comemorações excedem os limites da diversão: “Beber daquela vez como se fosse a última”…

Por Fátima Oliveira, do O Tempo 

Os rituais de Ano-Novo são compostos por diferentes ritos, pois, em geral, em cada país a chegada do Ano-Novo é celebrada de uma maneira. Num mesmo país, os rituais podem ser diferentes, a depender se é praia, montanha ou roça.

Escrevi em “Depois das alvíssaras da Maria Clara, que venha 2010!” que “é difícil não se contagiar com a iminência de um ‘ano que entra’. Quem vivenciou um ano ruim, espera um melhor; e quem navegou em alegrias, agradece as graças recebidas. Se para alguns celebrar o Ano-Novo é uma chatura, para a maioria não o é. Em algumas regiões do Brasil, alvíssaras são mimos recebidos no ‘Dia de Ano’, que é um costume lindo!

Recebi minhas alvíssaras antecipadamente. Em 30 de dezembro passado nasceu a minha neta Maria Clara, que reverberou em mim como um sentimento de eternidade. Ouvir o seu choro ao nascer foi mágico.

Nem cortar o cordão umbilical eu queria, de tão emocionada, mas a dra. Myrian Celani, que tem o dom de obstetra, nem quis saber e colocou a tesoura em minha mão e… clic, nem vi direito, cortei! Estava embevecida, olhando-a e constatando que era a cara da mãe, da tia e do tio quando bebês – o milagre genético da natureza em toda a sua exuberância, parido do meu ventre!

Foi só ver Maria Clara sobre a sua mãe, Lívia Cristina, pra não perder o costume de filosofar e arengar. Indaguei em que mundo gostaria que ela vivesse” (O TEMPO, 12.1.2010). O tempo passa numa celeridade impressionante! Amanhã, dia 30, Maria Clara, completará seis anos e, como ela diz, “Já me formei no ABC!”.

É para essa gente pequena que já se formou no ABC, pra quem ainda vai se formar no ABC e para toda a meninada, adolescentes e jovens que estão na luta por um futuro radiante, pelos que se perderam pelo caminho e podem ser recuperados, que nós, adultos de várias gerações, precisamos legar um futuro de oportunidades e dignidade, numa República laica e democrática, com liberdade de opinião e também a liberdade de ter ou não uma religião.

Para quem tem a solidariedade como um valor, a luta é por um mundo acolhedor para todas as pessoas, logo, um desafio é compreender, introjetar e cumprir o dito pela geneticista francesa Claudine Guérrin-Marchand, autora do livro “Manipulações Genéticas”: “A Terra nos foi dada em usufruto, e é nosso dever legá-la saudável para as futuras gerações”. É o mínimo que se espera como demonstração de consciência ecológica e como expressão da ética da responsabilidade.

Entendo que legar uma Terra ecologicamente saudável para as futuras gerações é partilhar riquezas e tem a exata dimensão do que nos diz Flávio Dino, governador do Maranhão, um obcecado, como eu, pelo bem-estar do nosso povo. Em “Governo de todos nós, um ano” (27.12.2015): “No ano que se inaugura, vamos continuar a lutar para superar o quadro de extrema dificuldade econômica que vive o nosso país para realizar o sentido máximo de nossa gestão, qual seja, fazer com que as riquezas do Maranhão sejam capazes de levar benefícios para todos”.

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