Racismo ambiental: África na rota dos lixos do ocidente

 

A quantidade de resíduos produzidos no mundo nos últimos trinta anos cresceu três vezes mais do que a população. Pior, a quantidade de lixo tóxico aumentou várias vezes mais e ameaça o ambiente em diversas regiões do mundo, como África.

Brasília – A população mundial produz atualmente mais resíduos do que consegue acolher e tratar. E cria todos os anos lixos tóxicos, como o nuclear, que ninguém quer. Como sempre, são os mais vulneráveis os mais prejudicados, e África tem-se transformado no caixote do lixo do mundo industrializado.

A quantidade de resíduos produzidos no mundo nos últimos trinta anos cresceu três vezes mais do que a população. Pior, a quantidade de lixo tóxico aumentou várias vezes mais e ameaça o ambiente em diversas regiões do mundo, como África.

O continente tem sido nas últimas décadas um autêntico caixote do lixo das nações industrializadas. Nigéria, Costa do Marfim, Gana, Benim ou Somália são verdadeiros locais de depósito de resíduos tóxicos de diversos países industrializados do hemisfério norte, para quem sai mais barato a sua exportação do que o seu tratamento. Mas a Guiné-Bissau e Moçambique também já receberam carregamentos do exterior. O Ocidente, na sua estratégia de desenvolvimento assente no consumismo e na globalização, vende a África os seus produtos, e ainda exporta, muitas vezes ilegalmente, os desperdícios indesejáveis que resultaram da sua fabricação. Isto apesar da legislação internacional, que já existe.

Questão global que só encontra soluções se entendida como tal, os resíduos continuam a ser um problema pouco valorizado na generalidade dos países africanos. As lixeiras são o principal destino de todo o género de desperdícios, incluindo os urbanos, industriais e tóxicos. O ambiente é duramente afetado, e a saúde pública é colocada em risco. Além do despertar para a consciência do problema, que nem sempre existe, as soluções passam por financiar projetos dedicados especificamente aos resíduos. O que não é fácil nos tempos que correm.

 

 

Fonte: Africa21

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