Reivindicado há 50 anos, quilombo da Sacopã é reconhecido pelo governo federal

Quilombo da Sacopã: documentação era reivindicada há 50 anos. Na foto, o músico José Luiz Pinto Júnior, uns dos descendentes

Na próxima terça-feira, o governo federal vai entregar a nove famílias da comunidade quilombola da Ladeira Sacopã, na Lagoa, títulos de reconhecimento de domínio sobre uma área de cerca de sete mil metros quadrados. A documentação era reivindicada há 50 anos pelos descendentes de Manoel Pinto, que se instalou ali, com a mulher e os filhos, na década de 20. A doação dos títulos é uma etapa que antecede a posse definitiva do terreno, onde hoje vivem 28 pessoas. A entrega será feita por representantes do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Satisfeito com a decisão do governo federal, o músico José Luiz Pinto Júnior, de 72 anos, filho de Manoel, disse que, após a solenidade, haverá uma apresentação de jongo e será servida uma feijoada.

O antropólogo Fábio Reis Mota informou que, desde 1988, quando foi implementada uma lei que concede direitos especiais às comunidades remanescentes de quilombos, apenas duas foram reconhecidas no Estado do Rio:

— O processo de reconhecimento de um comunidade quilombola corresponde a um lento e gradual mecanismo de inserção social de um grupo historicamente excluído de espaços públicos. O acesso à terra e à moradia é um passo importante para uma melhoria do cenário carioca, composto pelas belezas descritas por poetas da bossa-nova de Ipanema e por marcas de tiros de fuzis em favelas.

 

Fonte: O Globo

+ sobre o tema

‘Macaco e negro preguiçoso’ Pesquisadores negros da UFBA são vítimas de racismo em Salvador

Enviado por Terezinha Gonçalves pelo Facebook Prezados Colegas, Amigos e Professores,...

Repúdio ao racismo do DEM

  Nesta semana o senador Demóstenes Torres, do...

Mulher negra recebe carta anônima com ofensas racistas no Paraná

Caso ocorreu em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba....

Diário de Uma Mulher Negra no Mercado de Trabalho

Por Viviana Santiago Do Racismo Ambiental História 1: Meu primeiro emprego...

para lembrar

Defensora pública aposentada é condenada por injúria racial contra entregadores

Lembra do caso da defensora pública aposentada Claudia Alvarim...

‘Quando cheguei, descobri o que era ser negra’: como africanos veem o preconceito no Brasil

Formada em Letras, a africana de Guiné-Bissau Nádia Ferreira,...

Estudante que ofendeu nordestinos no Twitter é condenada

Pena de Mayara Petruso foi convertida em serviço comunitário...
spot_imgspot_img

Rio de Janeiro se tornou resort do crime organizado

Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal retomou o julgamento da ADPF 635, a chamada ADPF das Favelas, pela qual se busca a elaboração de...

O silêncio que envergonha e a indignação que nos move

Há momentos em que o silêncio não é apenas omissão, mas cumplicidade. E o que aconteceu com Milton Nascimento, nosso Bituca, na cerimônia de premiação...

O mínimo a fazer no Brasil

Defender e incentivar ações afirmativas pela diversidade e equidade étnico-racial é o mínimo a fazer num país que por quase 400 anos baseou sua economia no...
-+=