Pessoas de mais de 20 países pediram uma política de segurança pública que respeite os direitos humanos
Por Juca Kfouri Do Blog do Juca
Homicídios cometidos pela polícia aumentaram 103% entre abril e junho na cidade do Rio
No próximo dia 15 de setembro, a Anistia Internacional entregará as mais de 200 mil assinaturas coletadas pela campanha “A violência não faz parte deste jogo” à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.
Junto com as assinaturas, a Anistia Internacional também vai protocolar o documento “Um Legado de Violência”, que aponta violações cometidas pelas forças de segurança no contexto da Rio 2016, como homicídios praticados pela polícia, repressão a protestos e a militarização da cidade.
A concentração da atividade terá início às 10h na Praça Duque de Caxias (em frente à Central do Brasil).
A campanha “A Violência não faz parte deste jogo” foi lançada pela Anistia Internacional em junho deste ano apontando para o risco de violações de direitos humanos no campo da segurança pública antes e durante a realização de um megaevento esportivo como a Olimpíada.
A organização alertou para o histórico de aumento de mortes decorrentes de intervenção policial no contexto de
megaeventos anteriores, como os Jogos Panamericanos (2007) e a Copa do Mundo (2014) e exigiu a adoção de medidas preventivas.
Os alertas, porém, foram ignorados e o padrão de abuso da força letal pelos agentes de segurança pública se repetiu na preparação e realização da Olimpíada Rio 2016.
Entre abril e junho, trimestre que antecedeu os Jogos Olímpicos, a cidade do Rio de Janeiro sofreu um aumento de 103% no número de homicídios cometido por policiais em serviço em comparação ao mesmo período de 2015.
Nas duas semanas de Olimpíada, entre 5 e 21 de agosto, pelo menos 8 pessoas morreram durante operações policiais e 92 tiroteios foram registrados na cidade do Rio de Janeiro. A repressão à manifestações e protestos foi outra violação de direitos por agentes do Estado durante os Jogos Olímpicos
Em pouco menos de três meses, a Anistia Internacional reuniu mais de 200 mil assinaturas , sendo cerca de 30 mil do Brasil, pedindo políticas de segurança pública que respeitem os direitos humanos.
Os apoiadores incluem cidadãos e cidadãs do Reino Unido, Espanha, Noruega, Holanda, Coréia do Sul, Japão, Argentina e Paraguai, entre outros países, que se mobilizaram para exigir medidas contra o uso excessivo e desnecessário da força pela polícia, além de garantias de investigação rápida e imparcial de violações e apoio psicológico a vítimas.