RJ: AfroReggae sai do Complexo do Alemão por pressão do tráfico

O grupo cultural AfroReggae anunciou na tarde deste sábado que está deixando o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, por pressão do tráfico de drogas. O coordenador do grupo, José Junior, disse pelo Twitter que tinha uma “péssima notícia” a dar, mas ressaltou que “se orgulhava em não omiti-la”.  A sede do AfroReggae, que foi alvo de um incêndio na semana passada, amanheceu fechada neste sábado.

De acordo com José Júnior, o motivo das intimidações são as denúncias feitas por ele contra o pastor Marcos Pereira, líder da igreja evangélica Assembleia de Deus dos Últimos Dias e acusado de estuprar fiéis. O coordenador também acusa o religioso de ter ligações com traficantes e o responsabiliza pelo incêndio na pousada que o grupo estava abrindo.

Também pelo Twitter, o fundador do jornal A Voz da Comunidade, que também teve a sede destruída pelo incêndio, negou que tenha mudado o nome da festa julina que vai acontecer no local na próxima semana a mando do tráfico de drogas. Renê Silva afirmou que a redação do jornal voltará para o morro do Adeus, onde começou, e disse que mudou o nome da festa de Arraiá da Paz para Arraiá do Alemão por ter “mais a cara da comunidade”. De acordo com reportagem publicada pela revista Veja, o tráfico proibiu a palavra “Paz” em qualquer evento que se realiza na comunidade.

José Junior afirmou que já informou as autoridades sobre o fechamento do AfroReggae no Alemão, entre eles o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, com que se encontrou ontem, em Brasília, por intermediação da deputada federal Manuela D’Avila (Psol).

José Junior disse que foi informado das ameaças por um líder comunitário, que passou a mensagem do tráfico de drogas. A comunidade conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na opinião de Júnior, se o grupo decidisse permanecer os criminosos poderiam atacar a instituição com bombas, o que implicaria também riscos para os funcionários ou usuários dos projetos do AfroReggae.

“Recebemos ameaças de morte, disseram que ia matar a gente, pessoas inocentes, iam (jogar) bomba”, revelou o coordenador. “A gente não pode colocar ninguém em risco, por isso, decidimos fechar as portas”, completou. Segundo ele, depois do aviso do líder comunitário, moradores do Alemão confirmaram as ameaças dos traficantes, o que deixou a instituição sem saída.

O AfroReggae está há 12 anos no Alemão onde atendia 350 jovens, com aulas de percussão, grafite, música e teatro, um esforço para manter jovens longe do tráfico de drogas e oferecer possibilidades de capacitação profissional e valorização.

Fonte: Terra

 

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