O líder da Igreja Vitória em Cristo é conhecido por declarações polêmicas na defesa de uma visão conservadora de mundo – na minha opinião, é claro. Seus discursos, não raras vezes, ultrapassam o limite da responsabilidade, confundindo liberdade religiosa e de expressão com uma guerra intolerante de ódio à diferença. Em novembro do ano passado, disse que iria “funicar” (sic), “arrombar” e “arrebentar” Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Ficou insatisfeito por conta de um de seus discursos ter sido usado em um vídeo que discute a violência contra homossexuais.
por Leonardo Sakamoto
Agora, de acordo com a Folha de S.Paulo, ele promete “arrebentar” o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo por conta do material anti-homofobia que seria distribuído às escolas pelo Ministério da Educação e foi bloqueado por Dilma Rousseff após críticas da bancada de religiosos no Congresso Nacional. O candidato do PSDB, que conta com o apoio de Malafaia, afirmou que não repercutiria as “bobagens” ditas pelo pastor.
Como já disse aqui, líderes religiosos dizem que não incitam a violência. Mas não são suas mãos que seguram a faca, o revólver ou a lâmpada fluorescente, mas é a sobreposicão de seus argumentos e a escolha que faz das palavras ao longo do tempo que distorce a visão de mundo dos fiéis e torna o ato de esfaquear, atirar e atacar banais. Ou, melhor dizendo, “necessários”, quase um pedido do céu. Suas ações alimentam lentamente a intolerância, que depois será consumida pelos malucos que fazem o serviço sujo.
Malafaia tem uma fixação com a palavra arrebentar. Por que ele não diz que vai desmascarar ou revelar seus adversários? Acima de tudo, proclama-se um homem de Deus.
Um inquisidor, como Torquemada? Um cruzado, talvez? Com a cruz em uma mão e uma espada na boca?
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Fonte: Blog do Sakamoto