Samba-enredo da Viradouro, campeã do carnaval do Rio, fez alusão a tese de professora da PB

Tese de doutorado sobre as ganhadeiras de Itapuã, homenageadas pelo samba-enredo da Viradouro, foi da professora do departamento de música da UFPB Harue Tanaka.

No G1

Tese de doutorado de Harue Tanaka, professora da UFPB, foi usada para a composição do samba-enredo da Varadouro — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

A tese de doutorado de Harue Tanaka, professora da Universidade Federal da Paraíba, foi uma das referências para a composição do samba-enredo da escola Unidos do Viradouro, campeã do carnaval do Rio de Janeiro.

A professora do departamento de música da UFPB, no Campus I, em João Pessoa, conta que a tese chegou até os compositores do samba-enredo através do produtor das Ganhadeiras, homenageadas da composição.

As Ganhadeiras de Itapuã são um grupo musical que surgiu dos cantos, danças e crenças das lavadeiras do litoral da Bahia. Harue escreveu sua tese, intitulada “Articulações pedagógicas no coro das Ganhadeiras de Itapuã: um estudo de caso etnográfico” durante o doutorado em música, entre 2008 e 2012, pela Universidade Federal da Bahia, tendo feito parte do doutorado na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (ESE–Porto/Portugal).

Após a confirmação de que esse seria o samba-enredo retratado pela escola, a professora foi convidada para participar do desfile, na ala dos convidados.

“Eu fiquei emocionada… tinha muita coisa do que eu tinha estudado, que eu tinha pesquisado, e tava ali, no samba-enredo”, disse Harue.

Desfile da Unidos do Viradouro, campeã do carnaval 2020 do Rio de Janeiro — Foto: Fábio Tito/G1

A Viradouro foi eleita campeã nesta quarta-feira (26), depois de 23 anos sem título. A homenagem à cultura popular baiana e poder feminino emocionou o público e a professora Harue, que ressalta a identificação do tema com a realidade do país.

“Ganhadeiras somos todas as mulheres brasileiras. Todas nós trabalhamos pro nosso sustento e de alguma forma, não só lutando e resistindo a todas as intempéries e a todos os preconceitos, como para termos a liberdade”.

O enredo “Viradouro de alma lavada” falou sobre o grupo das Ganhadeiras de Itaupã, quinta geração de mulheres que lavavam roupa na Lagoa do Abaeté e faziam outros serviços em Salvador em busca da compra de sua alforria.

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