Senado aprova dois projetos que endurecem a Lei Maria da Penha

Um assegura prioridade nos processos de divórcio das vítimas, e o outro determina a apreensão imediata de armas de agressores

Da Jovem Pan

Foto da sala do senado durante uma votação
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Nesta quarta-feira (7), dia em que a Lei Maria da Penha completa 13 anos, o Senado aprovou dois projetos relativos à proteção da mulher vítima de violência doméstica. O primeiro assegura prioridade nos processos judiciais de separação ou divórcio das vítimas, e o segundo determina a apreensão imediata de armas de fogo de acusados de agressão contra mulheres.

A proposta que trata dos processos de separação ou divórcio volta para análise da Câmara dos Deputados, já que o texto foi modificado pelos senadores.

O PL altera a Lei Maria da Penha para estabelecer que, quando for o caso, o juiz deve assegurar à mulher em situação de violência doméstica ou familiar encaminhamento à assistência judiciária, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, divórcio ou de dissolução de união estável.

O processo terá prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal. Além disso, o relator Alessandro Vieira (Cidadania-SE) acrescentou a alteração do Código de Processo Civil, para permitir que a mulher ajuíze a ação no foro do seu domicílio ou de sua residência.

Ele incluiu ainda a previsão da intervenção obrigatória do Ministério Público nas ações de família em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar.

Armas de fogo de agressores devem ser apreendidas imediatamente

Já o segundo projeto de lei será enviado ao Palácio do Planalto para sanção ou veto do presidente da República. O PL, que também altera trecho da Lei Maria da Penha, determina que, logo após o registro de ocorrências de violência contra a mulher, as autoridades policiais devem verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo para anexar aos autos.

A proposta prevê ainda que, após ser informado que o agressor possui posse ou porte de arma de fogo, o juiz responsável pelo caso terá 48 horas para ordenar a apreensão do artefato. Além disso, o texto determina que a instituição que concedeu o registro ou emitiu o porte do armamento passe a ser notificada.

+ sobre o tema

Na África do Sul, 50 mil mulheres são estupradas por ano

O país é a capital mundial de casos de...

Atibaia tem espaço para auxílio a mulheres que sofrem violência

Um Centro de Referência da Mulher começou a funcionar...

Estrela do Cinema a Indiana Priyanka Chopra fala sobre estupro na Índia

Só aumenta a revolta contra o estupro coletivo ocorrido...

A gente cuida uma da outra

Segundo o Secretário–Geral da ONU Ban Ki-Moon: "Cerca de...

para lembrar

Cerca de 3 milhões de mulheres são vítimas de mutilação genital todo ano

Apesar do alto número de vítimas, medidas políticas contra...

Corpo de estudante morta por professor será enterrado hoje

Foi enterrado neste domingo às 14h30, no cemitério de...

Senado vota projeto que estende Lei Maria da Penha a namorados

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado...
spot_imgspot_img

Homem é preso em Manaus suspeito de matar grávida por não querer filho negro

A Polícia Civil do Amazonas prendeu em Manaus um homem apontado como sendo o assassino de sua ex-namorada grávida de sete meses. As investigações, segundo a corporação,...

Violência política contra as mulheres é estratégia de ataque à democracia, diz especialista

Neste 25 de novembro, Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, o Brasil se depara com um número alarmante. Segundo pesquisa elaborada...

Edificar o lar

Na verdade eu venho pensando mais fortemente nisso desde que vi a notícia sobre o brutal assassinato da pastora Sara Mariano. Ela foi morta...
-+=