“Ser faxieneira é um orgulho”, diz Bethyna Nascimento que sofreu preconceito nas redes

A Rainha de Bateria da Escola de Samba Chegou o que Faltava, Bethyna Nascimento Casagrande, compareceu na tarde desta quinta-feira (14) à Câmara Municipal de Vitória para receber uma moção de repúdio pelo fato de ter sofrido preconceito nas redes sociais pela profissão de faxineira.

no 24Brasil

“Você vai ter que fazer muita faxina para pagar sua fantasia”. Essa foi a mensagem que a jovem, de 22 anos, recebeu por mensagem no Facebook na manhã da última segunda-feira (12).

Em discurso, de quase 3 minutos, Bethyna relembrou o preconceito sofrido e afirmou que ficou muito triste com a tentativa de denegrir sua imagem. Entretanto, reiterou que ser faxineira é um orgulho, um trabalho digno como qualquer outro, pelo qual consegue sustentar sua família, sua casa e seus sonhos.

“Temos certeza que nós vamos combater isso. Diante de tanta hipocrisia de saber que nós mulheres sofremos tantos preconceitos, às vezes por sermos mulheres, as vezes por sermos negros”, disse a rainha de bateria.

A jovem acrescentou que negros são guerreiros porque lutam pelos seus direitos e que ela era grata a todos que estão junto com ela nesta luta contra o preconceito. “Toda luta é válida, independentemente se você for faxineira ou jornalista, bombeiro ou deputado. Você está lutando para chegar a algum lugar”.

Bethyna foi bastante aplaudida e a moção de repúdio lida e aprovada pelo Plenário da casa, cujas galerias estavam bastante lotadas, em parte por conta do polêmico projeto de lei de unificação das guardas comunitárias e de trânsito que deve ser votado nesta quinta.

O caso já foi denunciado, por meio de boletim de ocorrência, na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Eletrônicos, em Vitória.

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