Série Oxalaive promove 14 encontros poéticos virtuais

FONTEPor Jorge Ialanji Filholini da Oxalaive, enviado para o Portal Geledés
Divulgação

Na tradição afro-baiana, sexta-feira é dia de usar branco e reverenciar Oxalá. É dentro desta simbologia que se insere o projeto Oxalaive, série de 14 programas sobre poética e cultura negra, que começa sexta-feira (15/01), e segue em edições semanais até 09/04. Os encontros virtuais, sempre das 16h às 18h, vão reunir poetas do Brasil (Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), Moçambique, Angola e Guiné-Bissau, com transmissão simultânea nos canais do YouTube e Facebook do Coletivo Blackitude – Vozes Negras da Bahia – com retransmissão simultânea no canal da Balada Literária.

A Oxalaive vai alternar entrevistas individuais com os autores/perfomers e saraus coletivos, com participação aberta ao público, mediante inscrição.  Com curadoria do escritor Nelson Maca, o projeto é um desdobramento da Live Exu – Poesias Bem Black, que promoveu 33 edições semanais entre maio e dezembro, sempre às segundas-feiras, 4h da madrugada. Em comum entre ambas, além da poesia contemporânea produzida por autores negros, está o desejo de criar estratégias culturais de resistência durante a pandemia da covid-19. A Oxalaive tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Oxalaive (Arte: Zezé Olukemi)

Os poetas convidados são os baianos Juraci Tavares, Jocélia Fonseca, Landê Onawale, Jacquinha Nogueira e Guellwaar Adún; Luz Ribeiro (SP), Renato Negrão (BH) e Rainha do Verso (RJ), além de Ras Tandas (Moçambique), Ernesto Dabo (Guiné-Bissau) e Elizângela Rita (Angola), que conversam com Nelson Maca sobre suas produções poéticas. Maca também apresenta os três saraus, sendo o primeiro na abertura do projeto, na sexta, e nos dias 26/03 e 09/04. Em todos eles participa uma equipe formada pelos poetas Anajara Tavares, Lúcia Santos, Luiza Gonçalves, Jairo Pinto e Vera Lopes. Dez pessoas (cinco homens e cinco mulheres) podem se inscrever para declamar em cada edição do sarau.

“A Oxalaive visa acolher, divulgar, celebrar e articular autores, cenas e obras da literatura negra brasileira, numa articulação com o público geral, com o público especializado e dialogar com poetas africanos. Nossos encontros serão de fruição estética, afetiva e política, intelectual” afirma Nelson Maca. Ele destaca que os convidados representam diferentes gerações e vertentes desta produção – tanto no Brasil quanto nos três países africanos de língua portuguesa. A primeira entrevista, por exemplo, será com o poeta e músico Ernesto Dabo, da Guiné Bissau, importante personalidade que participou do processo revolucionário de seu país e de Cabo Verde.

As lives também contam com participação do ator e pesquisador Toni Edson, que vai contar histórias sobre o orixá Oxalá. “Como toda produção artística e criativa negra, a literatura também sofre profundas restrições. No contexto da quarentena, a cruel realidade da população negra só se agrava. Por isso, inclusive, nossa presença nos espaços virtuais de resistência e construção positiva torna-se vital, pois, financeiramente, a população negra continua em grande desvantagem”, afirma Maca.

 

PROGRAMAÇÃO

Sarau 1: Abertura (15/01)

Ernesto Dabo – Guiné-Bissau – BA (22/01)

Luz Ribeiro – SP (29/01)

Ras Tandas – Moçambique (05/02)

Jocélia Fonseca – BA (12/02)

Renato Negrão – BH (19/02)

Elisângela Rita – (Angola)  (26/02)

Sarau 2: (26/02)

Landê Onawale – BA (05/03)

Rainha do Verso – RJ (12/03)

Guellwaar Adún – BA (19/03)

Jacquinha Nogueira – BA (26/03)

Juraci Tavares (BA) (02/04)

Sarau de Encerramento (09/04)

 

FICHA

Evento: Oxalaive

Quando: de 15/01 a 09/04, sextas-feiras, das 16h às 18h

Transmissão: Youtube/Blackitude-  https://www.youtube.com/channel/UC-baLQfGtn0M6MBEkpEyjeg

Youtube/Balada Literária – https://www.youtube.com/user/baladaliteraria

Gratuito

Jorge Ialanji Filholini

Escritor e produtor cultural

Autor dos livros Somos mais limpos pela manhã (2016) Somente nos cinemas (2019)

-+=
Sair da versão mobile