A programação acontece de 19/1 a 9/2, em formato híbrido, com sessões presenciais no Cinesesc, em São Paulo, e filmes disponíveis em streaming, gratuitamente para todo o país, na plataforma Sesc Digital
Além da exibição de longas, médias e curtas-metragens, a mostra realiza debates com profissionais do cinema, cursos e oficinas on-line, com inscrições gratuitas.
Ingressos à venda, a partir de 14/1, em sescsp.org.br/cinesesc
Confira a programação em sescsp.org.br/cinemasnegros
De 19 de janeiro a 09 de fevereiro, o Sesc São Paulo realiza a “OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros”, ofertando ao público uma seleção de filmes realizados por cineastas negras e negros. Com sessões presenciais no CineSesc e exibições on-line na plataforma Sesc Digital, a mostra se dedica a promover a diversidade de criadoras e criadores brasileiros e destacar a importância histórica do audiovisual em sua potência poética e política, e sua contribuição para a decolonização do olhar. Mais informações em sescsp.org.br/cinemasnegros.
Do Yorubá, “ojú” significa “olho” e o cinema se inicia pelo olhar, sensibilizado pela luz da projeção. Para o Sesc, a ideia de uma roda de cinema aproxima os sujeitos para juntos compartilharem histórias, se identificarem e, em coletividade, construírem as narrativas. Com esse propósito, a nova mostra busca envolver o público na roda e fazer movimentar pensamentos. Ao ressaltar a produção audiovisual negra, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros pretende destacar a importância do fazer coletivo, respeitando a singularidade dos diferentes sujeitos, corpos e formas de contar histórias.
A mostra exibe uma programação de curtas, médias e longas-metragens nacionais, no cinema e na internet, além de debates, cursos e oficinas on-line gratuitos, com objetivo de ampliar a difusão e o acesso a diversas criações, formatos e pensamentos sobre as questões raciais.
A comédia “O Pai da Rita”, de Joel Zito, abre a OJU com uma sessão especial no Cinesesc, no dia 19, às 20h. No filme, Ailton Graça e Wilson Rabelo interpretam dois amigos que partilham o amor pela escola de samba Vai-Vai e um amor de juventude.
Entre os destaques da programação estão a potente ficção “Cabeça de Nêgo”, dirigida por Déo Cardoso, e o documentário “Chico Rei Entre Nós”, de Joyce Prado. Inspirado no livro dos Panteras Negras, Cardoso estreia na direção de longa-metragem com a história de um aluno que, após sofrer insultos racistas na sala de aula, tenta impor mudanças em seu colégio ao enfrentar a direção e colocar em foco o racismo presente na instituição de ensino. Joyce Prado também faz sua estreia na direção de longas, ao narrar a história e legado do rei congolês escravizado que lutou pela liberdade — a sua e a de seu povo — durante o Ciclo do Ouro em Minas Gerais. Joyce faz de Chico Rei o ponto de partida para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida dos negros e negras de hoje, entendendo seu movimento de autoafirmação e liberdade a partir de uma perspectiva coletiva.
Entre os curtas-metragens, destaque para o premiado “Sem Asas”, de Renata Martins, que conta a história de Zu, um garoto negro de 12 anos, que vai à mercearia comprar farinha de trigo para a sua mãe e, na volta para casa, descobre que pode voar. O curta foi vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – Melhor Curta-Metragem Ficção, em 2020. Outra obra que recebeu o mesmo prêmio, em 2021, é “República”. Dirigido pela atriz Grace Passô, o curta foi produzido em sua casa, no centro de São Paulo, durante a primeira fase do isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 em 2020. O filme também foi premiado como Melhor Curta-Metragem de Ficção no 53º Festival de Cinema de Brasília e recebeu o Prêmio Abraccine 2020.
A mostra exibe também “Dois Garotos Que Se Afastaram Demais do Sol”, baseado na peça “12º Round” do dramaturgo Sérgio Roveri, que traz o embate entre os boxeadores Emile Griffith e Benny Kid Paret. A obra de Lucélia Sergio e Cibele Appes reflete sobre as lutas e os sonhos de homens negros e foi vencedora do prêmio de Melhor Curta-Metragem no Festival Mix Brasil de 2021.
Ao todo, a Roda Sesc de Cinemas Negros contará com 43 sessões presenciais no Cinesesc, em São Paulo, com venda de ingressos pelo site sescsp.org.br/cinesesc e na bilheteria do cinema. A plataforma Sesc Digital recebe 9 títulos da mostra, que poderão ser assistidos gratuitamente pelo público de todo o Brasil, no endereço sescsp.org.br/oju. Em breve, programação completa de filmes.
Os debates, cursos e oficinas acontecerão em formato on-line e serão gratuitos. Os encontros propõem uma troca entre o público e profissionais do cinema, pesquisadores e pensadores, com o objetivo de debater temáticas presentes no cinema que pensa a diversidade. Os debates contemplam diversos temas e contam com a participação de nomes como a da produtora Lilian Solá Santiago, do realizador Joel Zito Araújo, das cineastas Renata Martins e Glenda Nicásio, da atriz Naruna Costa e do ator Christian Malheiros. Entre os cursos e oficinas serão oferecidas atividades que abordam Roteiro Infantil, Montagem e Financiamento. As inscrições serão realizadas a partir desta sexta-feira, 14/1, às 14h, pelo site sescsp.org.br/inscricoes.
FILME DE ABERTURA
O PAI DA RITA
Dir.: Joel Zito Araújo | Brasil | 2021 | 97 min | Ficção | 16 anos
Roque e Pudim, compositores da velha guarda da Vai-Vai, partilham uma kitinete, décadas de amizade, o amor por sua escola de samba e uma dúvida do passado: o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos. O surgimento da Ritinha, filha da passista, ameaça desmoronar essa grande amizade.
19/1, QUARTA – 20H
Imagens: o pai da rita
PROGRAMAÇÃO DE ENCONTROS
Debates On-Line
Encontros com profissionais do cinema, pesquisadores e pensadores, no sentido de debater temáticas presentes no cinema que pensa a raça e a diversidade. Inscrições a partir de 14/1, às 14h, em sescsp.org.br/inscricoes.20/01 – 19h
TERRITÓRIOS: PERCEPÇÕES E VISÕES DA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL NEGRA
O debate propõe discutir a produção de pessoas negras de diferentes regiões do país e como se dá a presença negra nesses espaços. Com Camila de Moraes, Glenda Nicácio, Keila Serruya e Renata Martins.
25/01 – 19h
LEGADOS: 21 ANOS DE “DOGMA FEIJOADA” E 20 ANOS DO “MANIFESTO RECIFE”
O debate retoma dois dos principais movimentos de cinemas negros que ocorreram no Brasil, em discussão sobre o momento atual. Com Cris Guterres, Jefferson De, Joel Zito e Lilian Solá Santiago.
27/01 – 19h
PRESENÇAS: AUDIOVISUAL PRETO EM SÉRIES E OUTROS DISPOSITIVOS
O debate discute a produção audiovisual de pessoas negras em diversos formatos, com destaque para as séries de streaming. Com Christian Malheiros, Felipa Camargo, Jessica Queiroz e Naruna Costa.
01/02 – 19h
PERTENCIMENTOS: CINEMA LGBTQIA+ E AS QUESTÕES DE RAÇA
O debate discute as temáticas e questões da população negra e LGBTQIA+ que permeiam as produções audiovisuais produzidas por pessoas negras. Com Asaph Lucas, Carol Rodrigues, Daniel Veiga e Naíra Évine.
Cursos e Oficinas On-Line
Encontros para auxiliar profissionais em início de carreira, fomentar a criação de novas narrativas, mas também ampliar o conhecimento do público em geral. Inscrições a partir de 14/1, às 14h, em sescsp.org.br/inscricoes.
21 e 28/01, das 14h às 16h
INVESTIGANDO O POTENCIAL COMERCIAL EM PROJETOS INDEPENDENTES
Nesta oficina, o objetivo é a investigação do potencial comercial para projetos de cunho independente, ou seja, aqueles realizados por produtores iniciantes e coletivos audiovisuais. Considerando que não há uma fórmula mágica para a viabilidade financeira dos projetos, a oficina busca fomentar os conhecimentos de realizadores acerca do projeto que possuem, conhecendo o estágio do projeto, impactos de público e território para atrair parceiros e desenvolver argumentos comerciais. Com a produtora Fernanda Lomba.
25 e 27/01, das 14h às 16h30
OLHOS ABERTOS: MONTAGEM DE EDIÇÃO E VÍDEO
A proposta tem como objetivo um olhar mais atento ao processo criativo com a técnica de editar e montagem de vídeos. No processo de democratização e digitalização somos muitas vezes empurrados para um verdadeiro mar de imagens e suas informações por vezes até duvidosas. Por outro lado, temos uma geração potencializando a criatividade com o aparato tecnológico, mas em que medida refletimos a criação e edição da imagem. Vamos simbóra? Exercitar o olhar? Com a cineasta Larissa Fulana de Tal.
26/01 e 02/02, às 19h
DECOLONIZAÇÃO DO OLHAR
Conceber a descolonização do olhar como princípio absoluto para a produção e circulação de imagens não estereotipantes. o cinema negro vem sendo fundamental para a produção e circulação dessas imagens, que, tomadas em conjunto, possibilitam a fundação de novos imaginários. Com a jornalista, doutora e pesquisadora Rosane Borges.
01 e 02/02 – das 10h às 12h30
OFICINA DE CRIAÇÃO DE ROTEIROS COM TEMÁTICAS DA INFÂNCIA
A abordagem do cinema à infância possui diferentes perspectivas, da proposta de direção ao público desejado; retratada de forma lúdica, fantástica ou austera. Cada escolha impacta no processo criativo do roteiro. Nestes dois encontros, a diretora e roteirista Joyce Prado compartilhará suas análises e vivências na realização dos filmes Fábula de Vó Ita (2016) e Calmon (2022), contrastando as abordagens de cada obra.
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