SescTV apresenta o especial ‘Ser Negro no Brasil o que é?’

Com o título Ser Negro no Brasil o que é? – inspirado no texto Ser Negro no Brasil Hoje, escrito pelo geógrafo e professor Milton Santos em maio de 2000, um ano antes de sua morte -, o SescTV exibe um ciclo de cinema temático, com o objetivo de discutir a presença do negro na dramaturgia e na literatura; a trajetória dos que são atores no cinema e na televisão brasileira; e a condição deles na sociedade. Para tanto, antecedendo cada exibição, especialistas analisam os temas dos filmes.

O ciclo começa em 20/11, Dia Nacional da Consciência Negra, e se estende até o dia 25/11, sempre às 23h, com exceção ao dia 25, que terá filmes às 20h e às 23h. A consultoria do ciclo é assinada por Noel dos Santos Carvalho, graduado em Ciências Sociais pela USP, mestre em Multimeios pela Unicamp, onde desenvolve pesquisa de pós doutoramento em cinema e identidade cultural, e doutorado em Sociologia pela USP.

Tendo o negro nos temas e nos elencos das produções, o ciclo é composto por cinco filmes inéditos e dois do acervo do canal. São inéditos: Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro Andrade, exibido no dia 20/11, terça; A Negação do Brasil (2000), de Joel Zito Araújo, no dia 22/11, quinta; Quase Dois Irmãos (2004), de Lúcia Murat, no dia 23/11, sexta; Cafundó (2005), primeiro longa de Paulo Betti e Clóvis Bueno, no dia 24/11, sábado; e Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas (2009), de Luis Antônio Pilar, pela primeira vez na televisão, no dia 25/11, sábado, às 23h.

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Os dois já apresentados pelo SescTV são: Compasso de Espera (1973), único filme dirigido por Antunes Filho, no dia 21/11, quarta, às 23h; e Encontro com Milton Santos ou “O Mundo Global Visto do Lado de Cá” (2006), de Silvio Tender, no dia 25/11, domingo, às 20h.

José Rufino dos Santos, historiador, professor, escritor e uma das referências quando o assunto é cultura africana no País, comenta sobre Macunaíma, produção que traz no roteiro um herói preguiçoso, sem caráter e safado, interpretado por Grande Otelo, e A Negação do Brasil, que expõe a história da telenovela no país, destacando a participação de atores negros e os papeis estereotipados e negativos que eles desempenham.

Sueli Carneiro, doutora em Educação pela Universidade de São Paulo – USP e diretora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, fala sobre Em Quadro: A História de 4 Negros nas Telas, documentário que relata vida e obra dos atores Milton Gonçalves, Ruth de Souza, Zezé Motta e Lea Garcia.

Zózimo Bulbul, relevante cineasta, ator e roteirista, destaque nos anos 60 interpretando para o cinema e para a televisão, discute Compasso de Espera, no qual ele é o protagonista. O longa aborda o relacionamento de um negro de classe média com sua superior no trabalho, uma mulher branca e mais velha; e sua paixão por uma mulher branca e rica. Bulbul também analisa Cafundó, inspirado em história real de um ex-escravo do século XIX, que ao ganhar a liberdade fica fascinado em viver num mundo em transformação, porém acaba se frustrando. A tristeza o deixa mais próximo de Deus e o torna milagreiro.

Jefferson De, diretor cinematográfico e um dos criadores do movimento Dogma Feijoada, conversa sobre Quase Dois Irmãos, de Lúcia Murat. No enredo, a história de dois amigos de infância: um se tornou Senador da República e o outro, traficante. O Senador visita o traficante para lhe propor um projeto social nas favelas.

Dagoberto José Fonseca, antropólogo professor da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara – Unesp e supervisor do Nupe – Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão, faz considerações sobre Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá, de Silvio Tender. Guiado por uma entrevista com esse geógrafo e professor, o filme avalia os problemas da globalização e a possibilidade de um novo mundo.

 

Fonte: VC faz 

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