A Câmara Municipal de Minneapolis, no estado americano de Minnesota, decidiu na sexta-feira (15), por unanimidade, banir o uso de software de reconhecimento facial pela polícia. Minneapolis foi o epicentro de protestos contra o racismo, nos Estados Unidos e no mundo, depois que o cidadão negro George Floyd foi assassinado pelo policial Derek Chauvin, em 25 de maio de 2020.
Minneapolis se une agora a outras cidades, como Boston, Portland e São Francisco, que já baniram a tecnologia. O software que estava em uso pela polícia no município foi desenvolvido pela companhia Clearview AI (a empresa presta serviços também a órgãos do governo federal, na triagem de imigrantes, nas alfândegas e em segurança doméstica). O banimento pela Câmara Municipal se deve aos sinais de que a inteligência artificial que analisa imagens é tendenciosa e pode prejudicar negros e outros grupos raciais.
O Departamento de Polícia da cidade, chefiado por Medaria Arradondo (negro e nascido em Minneapolis), contestou a decisão por meio de uma nota pública, segundo o jornal Star Tribune. A nota afirma que a polícia não foi chamada para o debate e que, com o devido trabalho técnico e político, seria possível chegar a um uso da tecnologia “de acordo com a privacidade de dados e outras proteções legais aos cidadãos”.