Sueli Carneiro recebe o Prêmio Itaú Cultural 30 Anos

Ativista foi diretora do Fundo Brasil e é uma grande referência e inspiração na luta contra as desigualdades raciais e de gênero

Do FUNDO BRASIL DE DIREITOS HUMANOS

Sueli Carneiro recebeu o prêmio na segunda-feira, dia 12 de junho (Foto: Otavio Valle)

A filósofa e ativista Sueli Carneiro, diretora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, recebeu na última segunda-feira, 12 de junho, o Prêmio Itaú Cultural 30 Anos. O prêmio foi entregue a dez pessoas e coletivos que nas últimas três décadas tiveram atuação significativa nas áreas artística, cultural e social do país.

Sueli é ex-diretora e foi uma das idealizadoras do Fundo Brasil. Ela foi a vencedora na categoria Mobilizar, que a reconheceu como uma líder que inspira mudanças e que, por meio de sua trajetória e coerência provoca alterações, revisões, reflexões e transformações. Davi Kopenawa, líder político dos ianomâmis, também foi premiado nessa categoria.

Os demais premiados foram Ana Mae Barbosa e Mestre Meia-Noite (Gilson Santana), na categoria Aprender; Lia Rodrigues e Véio (Cícero Alves dos Santos), na categoria Criar; Hermeto Pascoal e Teatro da Vertigem, na categoria Experimentar; e Eliana Sousa Silva e Niède Guidon, na categoria Inspirar.

A cerimônia de premiação foi realizada no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, espaço gerido pelo Itaú Cultural desde 2011, e contou com performances e apresentações musicais.

Sueli e os demais homenageados têm parte de suas histórias contadas em uma publicação lançada pelo Itaú Cultural e que pode ser lida aqui. A ativista é retratada como uma referência na luta contra as desigualdades racial e de gênero no Brasil.

Ela fundou o do Geledés – Instituto da Mulher Negra em 1988, é doutora em educação pela USP (Universidade de São Paulo) e participou da audiência púbica que o STF (Supremo Tribunal Federal) realizou em 2010 para discutir a constitucionalidade das cotas raciais nas universidades brasileiras. Na ocasião, a defesa que fez da medida foi considerada essencial.

Para Ana Maria Gonçalves, escritora e integrante da comissão de seleção do Prêmio Itaú Cultural 30 Anos, as ações desenvolvidas por Sueli serviram de modelo para medidas adotadas por órgãos do governo e outras instituições do país e do exterior.

A atuação dela é vista como uma inspiração para todas e todos.

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