Por Leno F. Silva
Impossível não falar do Corinthians e da conquista da Taça Libertadores 2012. Mas para não “chover no molhado”, visto que nesse mundo instantâneo tudo fica velho um segundo depois, prefiro costurar em outra direção.
Adoro futebol. Quando tenho tempo assisto a qualquer jogo, de todos os times. Torço para que o gol saia, porque o zero a zero é enfadonho, privilegia a tática burocrática, da equipe que entra em campo disposta a ganhar um ponto e não se arrisca a faturar a peleja com uma vitória incontestável.
Na minha adolescência joguei poucas vezes no Vera Futebol Clube, uma agremiação de várzea, que reunia a meninada uma hora antes de entrar em campo. Mas como todos morávamos no mesmo bairro, muitos se conheciam das peladas nas ruas e o “técnico” tinha 90% dos titulares de cabeça.
Era zagueiro e, sem muita habilidade, dei meus chutões e barrei bons ataques dos times adversários. Com a chegada do progresso o campo do Vera se transformou numa garagem de ônibus. Com isso, perdemos o nosso estádio de terra batida e ganhamos mais transporte público que nos permitiu chegar em menor tempo ao centro da cidade e conhecer bairros de regiões distantes daquele subdistrito do Ipiranga.
Foi com esse espírito romântico que acordei em 4 de julho de 2012. O dia amanheceu diferente: apesar do sol, a atmosfera era alvinegra, com torcedores uniformizados circulando pela cidade. Nunca as cores preta e branca foram tão numerosas e tão evidentes. De office boy a diretor de empresa, a nação corintiana se fez notar nas avenidas da metrópole e em especial na região da Avenida Paulista, centro financeiro e muito próxima da grande batalha campal daquela noite.
A partir do meio da tarde os torcedores tomaram completamente conta das ruas e dos bares. O jogo que iria definir o Campeão da Taça Libertadores 2012 era assunto de todos os lugares. Os corintianos já contavam com a certeza da vitória e todas as outras torcidas iriam “secar” o jogo a favor do Boca Juniors.
Bem, o final dessa história você já sabe. Desta vez o Timão fez por merecer o título. Ganhou o jogo, lotou o Pacaembu, o Anhembi e com os mais de 30 milhões de Fiéis comemorou a vitória em diversos pontos da cidade e do país, afinal, tem corintiano no Brasil inteiro. Agora é manter o astral e a disciplina para enfrentar o Chelsea, no Japão, em dezembro, com a mesma garra e o apoio do bando de Loucos. Vai Corinthians, e não para, não para, não para. Por aqui, fico. Até a próxima.