Time ameaça deixar Campeonato Turco por causa de torcedores racistas

Fonte: G1

 

Istambul, 2 nov (EFE).- O Diyarbakirspor, equipe curda da primeira divisão do futebol turco, anunciou que deixará o campeonato nacional em protesto contra o racismo que vem sofrendo há semanas.

O time de Diyarbakir, a cidade mais povoada da região curda da Turquia, não entrará em campo no jogo contra o Galatasaray de Istambul, disse à agência de notícias “Anadolu” o presidente do clube, Çetin Sümer.

A decisão é uma resposta ao tratamento racista que jogadores e torcedores do Diyarbakirspor têm sofrido da torcida de de outros times pelo fato de o clube ser de origem curda.

A reação também é um protesto contra a Federação de Futebol da Turquia, que não estaria fazendo muito para evitar os insultos, apesaf das constantes reclamações da equipe.

No mês passado, durante uma partida contra o Bursaspor, cujos torcedores radicais são conhecidos pelo forte nacionalismo turco, a torcida do Diyarbakirspor foi agredida e chamada de “separatista” e de seguidora do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Tanto nesse como em outros jogos, os torcedores adversários gritaram frases como “Que feliz aquele que pode dizer ‘Sou turco!'”, uma das famosas frases do fundador da República da Turquia, Mustafa Kemal Tatürk, algo que irritou e ofendeu os seguidores curdos.

A repetição desses incidentes na última partida, disputada contra o Gaziantepspor neste fim de semana, e as polêmicas decisões da arbitragem que permitiram ao time local vencer o Diyarbakirspor com gols marcados nos últimos três minutos, foram a “gota de água” para que a direção do clube de Diyarbakir decidisse deixar o campeonato.

“Estão tentando colocar obstáculos contra nós”, reclamou o técnico Ziya Doga em declarações à agência “DHA”.

O presidente do Diyarbakirspor explicou que levará sua decisão de deixar o campeonato à Prefeitura de Diyarbakir, em mãos do partido nacionalista curdo DTP, e a organizações da sociedade civil, já que o clube “não é da direção, mas de toda a cidade”. EFE

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