Após muita luta do movimento negro, foi titulado na manhã de hoje, às 11h30, o Quilombo Preto Forro, em Cabo Frio, beneficiando assim 13 famílias quilombolas, cerca de 80 pessoas, que agora podem comemorar a propriedade da terra.
Prestigiaram a cerimônia, realizada num campo de futebol do próprio quilombo, além do presidente do Preto Forro, Elias da Silva, uma série de autoridades, dentre elas a presidente do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj), Elizabeth Mayumi, a vice-prefeita de Cabo Frio, Delma Jardim, o superintendente regional do Incra, Gustavo Souto, o presidente estadual das comunidades quilombolas, Luiz Sacopã, e o presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine), Paulo Roberto do Santos.
Este último salientou que, apesar da vitória celebrada neste dia, outros 33 quilombos no estado do Rio esperam pelo mesmo reconhecimento: “O que acontece é que nem todos estão em terras do estado, como o Preto Forro, cuja demora se deu em razão de um estudo fundiário profundo a fim de prevenir que mais tarde ninguém venha a reivindicar a propriedade.
No momento, lamentavelmente, não há outra titulação prevista, mas estamos trabalhando para agilizar este processo junto a quilombos, digamos, mais viáveis”, declarou. De acordo ainda com o presidente do Cedine, o Quilombo Preto Forro foi apenas o segundo a receber a titulação.
O primeiro foi o Quilombo Campinho da Independência, em Paraty, em 1999. A conquista, vale lembrar, ocorreu no Mês da Consciência Negra, quando estão programadas atividades por todo o estado, a chamada Agenda Única Rio Zumbi 2011, com o propósito de estimular a reflexão acerca de temas como preconceito, ações afirmativas e inclusão social, tal qual divulgar a história e cultura afro-brasileiras.