TJ-SP anuncia aposentadoria da desembargadora Kenarik Boujikian

A desembargadora Kenarik Boujikian, do Tribunal de Justiça de São Paulo, vai se aposentar no próximo dia 8 de março. Sua última sessão de julgamento foi nesta segunda-feira (25/2), ocasião na qual recebeu homenagens de diversos colegas de classe.

no Conjur

Dra. Kenarik Boujikian
Imagem- TJ-SP – Com quase 30 anos de carreira, Kenarik Boujikian vai se aposentar do TJ-SP

A desembargadora integra a magistratura desde 1989. Em seu discurso nesta segunda, falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres para ingressar na carreira e sobre como isso mudou ao longo do tempo. “Quando entrei, eram somente 29 mulheres. Hoje, contamos com cerca de 900 e, para que isso ocorresse, houve muita luta. Não falo apenas do Judiciário, mas de todos os setores da sociedade”, declarou.

Relembrando a promulgação da Constituição Federal, a desembargadora disse que pretende, “até o último momento na carreira, que o Poder Judiciário seja um instrumento concretizador das franquias constitucionais”.

Trajetória

Nascida na Síria e neta de sobreviventes do Genocídio Armênio, a desembargadora integra a magistratura desde 1989 e preside a Associações dos Juízes pela Democracia (AJD). Atuou nas comarcas de Piracicaba, São Bernardo do Campo, Pilar do Sul e Cajamar. Foi promovida ao cargo de juíza substituta em 2º grau em 2011 e ao cargo de desembargadora em 2017.

É especialista em Direitos Humanos pela Escola Superior da Procuradoria Geral do de São Paulo. Foi advogada da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) e procuradora do Estado.

Processo administrativo

Com 28 anos de magistratura, Kenarik foi alvo de processo administrativo movido por um colega no próprio tribunal por ter posto em liberdade réus que estavam em prisão provisória há mais tempo do que o previsto na condenação que nem havia transitado em julgado. Por 10 votos a um, foi absolvida no CNJ, mas chegou a ser censurada pelo TJ por “ofender o princípio da colegialidade”, já que as decisões foram monocráticas.

Mais recentemente, nas eleições de 2018, a desembargadora foi oficiada pelo CNJ para explicar uma foto em que aparece com uma camiseta estampada com #elenão, dizeres de oposição a Bolsonaro. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SP.

+ sobre o tema

Durban +20: nova declaração reforça visão de mundo sem racismo e discriminação

Documento da Assembleia-Geral marca duas décadas da conferência internacional...

Ajude os povos de Altamira

Nós, periféricos da cidade mais violenta da Amazônia, a...

Racismo estrutural leva à maior mortalidade materna entre mulheres negras, aponta pesquisadora

A pandemia de Covid-19 descortinou a desigualdade que marca a...

para lembrar

Diversidade e inclusão no pós-pandemia

O tema da diversidade e inclusão, e a sua importância,...

Maior desafio do próximo presidente do Brasil é resposta a milhões no desemprego

Com 27,6 milhões de pessoas sem ocupação no país,...

O jornalismo publicitário

Por Marcos Fabrício Lopes da Silva O poema “Relato”, que...

Mulheres são mais vulneráveis ao HIV e sofrem mais preconceito

A aids é mais recorrente entre homens do que...
spot_imgspot_img

Ipea sedia encontro sobre empoderamento econômico da população negra

Empoderamento econômico da população afrodescendente e o papel dos Bancos Multilaterais e dos Bancos Nacionais de Desenvolvimento são temas do próximo evento paralelo do...

Ipea sedia encontro sobre empoderamento econômico da população negra em parceria com Geledés, ONU Mulheres, C20 e W20

Empoderamento econômico da população afrodescendente e o papel dos Bancos Multilaterais e dos Bancos Nacionais de Desenvolvimento são tema do próximo evento paralelo do...

Mulheres com endometriose têm 20% mais risco de infarto ou AVC, aponta pesquisa

A endometriose é uma doença que afeta uma em cada dez mulheres. E esse público tem um risco 20% maior de sofrer com problemas cardiovasculares, como infarto...
-+=