Ufes diz que não há “justificativa legal” para afastar professor acusado de racismo

Atualmente, o professor está ministrando as disciplinas optativas de Metodologia Econômica e Tópicos Especiais em Economia Política, do curso de Ciências Econômicas

Do Folha Vitoria

O professor Manoel Luiz Malaguti, acusado de racismo da  Ufes, foi denunciado nesta quarta-feira (18) à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF/ES). O órgão pede que o professor seja  processado e condenado por racismo, seja exonerado do cargo público que ocupa e que pague um valor pelos danos causados. Ele voltou a dar aulas na última terça-feira e enfrentou um protesto de alunos dentro da sala de aula.

Manoel Luiz Malaguti é professor do Departamento de Economia da Ufes e em novembro do ano passado foi acusado de ter uma conduta preconceituosa e discriminatória enquanto ministrava aula para alunos do curso de Ciências Sociais.

A vice-reitora Ethel Maciel atendeu à imprensa nesta quarta-feira, 18, para esclarecer sobre o retorno do professor Manoel Luiz Malaguti Barcellos Pancinha às atividades acadêmicas. Atualmente, o professor está ministrando as disciplinas optativas de Metodologia Econômica e Tópicos Especiais em Economia Política, do curso de Ciências Econômicas.

Ethel explicou que um afastamento preventivo do professor foi determinado por um prazo de 30 dias a partir do dia 6 de novembro, durante o andamento dos trabalhos da Comissão de Sindicância, que foi conduzida pelo Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), ao qual o professor está ligado.

“O afastamento teve prorrogação de mais 30 dias. Neste período, a Ufes entrou em recesso acadêmico. Com o reinício do período letivo no dia 02 de março, o professor voltou a dar aula, pois não há nenhuma justificativa legal para que ele permaneça afastado. Um novo afastamento só acontecerá se a comissão que conduz o  Processo Administrativo Disciplinar identificar que o retorno do professor às atividades em sala representa alguma obstrução para a condução do processo”, ressaltou a vice-reitora.

A chefe do Departamento de Economia, Ana Carolina Giuberti, ressaltou ainda que todo professor em atividade é obrigado por lei a dar, no mínimo, oito horas de aula por semana.

A Comissão tem um prazo de 60 dias (prorrogáveis por mais 60 dias, se necessário) para apresentar a conclusão do processo. Caso seja provado que o professor cometeu uma infração disciplinar, a Lei 8.112 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União) prevê penalidades que podem variar de uma advertência à demissão.

 

+ sobre o tema

Brancos, vamos falar de cotas no serviço público?

Em junho expira o prazo da lei de cotas nos...

Em junho, Djavan fará sua estreia na Praia de Copacabana em show gratuito

O projeto TIM Music Rio, um dos mais conhecidos...

O precário e o próspero nas políticas sociais que alcançam a população negra

Começo a escrever enquanto espero o início do quarto...

Estado Brasileiro implementa políticas raciais há muito tempo

Neste momento, está em tramitação no Senado Federal o...

para lembrar

Ufes vai investigar denúncia de fraude no sistema de cotas

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) disse que vai investigar...

Desembargador entra com ação contra professor da Ufes acusado de racismo

O desembargador Willian Silva ofereceu representação criminal ao Ministério...

Ufes está entre as universidades mais ‘generosas’ para cotistas

A Ufes está entre as universidades que mais investem...

Professor é afastado e Ufes abre processo para apurar denúncias de racismo 

Nesta quarta-feira (05), o reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte,...
spot_imgspot_img

Cotistas denunciam discriminação na Ufes

Entre os relatos há até separação de turmas para não cotistas Eles superaram o ensino precário das escolas públicas, as dificuldades financeiras e conseguiram ingressar...

Ufes vai investigar denúncia de fraude no sistema de cotas

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) disse que vai investigar as denúncias de fraude no sistema de cotas. Segundo nota publicada nesta quinta-feira (25), foi...

Após denúncia de fraude no sistema de cotas, Ufes recebe primeira edição da Mostra de Cinema Negro

A primeira edição da Mostra de Cinema Negro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) acontece em um momento sintomático. Faz pouco mais de duas semanas...
-+=