#RaceTogether: Sua marca teria coragem de falar sobre racismo?

Sua marca teria coragem de falar sobre racismo?

E falar sobre racismo com o próprio consumidor, cara a cara?

no Blog JJ Publicidade e Marketing

A Starbucks resolveu abordar o assunto e está lançando uma iniciativa com este foco.

O estado atual do racismo nos Estados Unidos é como a umidade: você não pode vê-lo, mas consegue senti-lo. A frase é de um dos parceiros da Starbucks e foi divulgada num comunicado da empresa que explica sua nova iniciativa, a Race Together.

Conforme explicação de Howard Schultz, CEO da rede, a campanha não quer apontar dedos e dizer quais os culpados pelo racismo nos Estados Unidos. O objetivo é falar sobre o assunto. “Ficar em silêncio não é o que somos”, explica o executivo no comunicado.

Com a repercussão dos distúrbios raciais de Ferguson, a empresa decidiu que falar sobre o problema é a melhor maneira de resolvê-lo. O Race Together propõe aos colaboradores da rede que eles devem falar com os consumidores sobre questões raciais, entre outros objetivos.

Segundo Schultz, fóruns entre funcionários e moradores já estão acontecendo há pelo menos três meses. É nestas reuniões que os próprios colaboradores manifestaram o desejo de levar a conversa além, para os próprios clientes.

A iniciativa de escrever Race Together nos copos da franquia começou em Nova York, Chicago, St. Louis, Oakland e Los Angeles. Agora, todas as lojas Starbucks dos EUA terão a inscrição.

Também há stickers da campanha que serão entregues a clientes que quiserem participar da ação. Aqueles que não quiserem, poderão negar aceitar o copo ou ter qualquer conversa sobre racismo com algum dos baristas da rede.

Além da parceria com o USA Today na iniciativa, a Starbucks também veiculou recentemente um anúncio de página inteira no The New York Times com a frase “Shall We Overcome?”, numa clara alusão à canção “We Shall Overcome”, símbolo da luta pelos direitos civis dos negros americanos nos anos 60.

Para Schultz, o Race Together não é uma solução. “Mas é uma oportunidade para começar a reexaminar o modo como podemos criar uma sociedade mais compreensiva e inclusiva – uma conversa de cada vez.”

Protestos

Apesar da aparente boa intenção, a ação já começou a ser criticada no Twitter. Muitos usuários reclamaram que as mãos que aparecem no material de divulgação da campanha são brancas.

Fonte: Adnews.

#racetogether 1

********

Os erros da Starbucks em sua campanha contra o racismo

Recentemente, a Starbucks lançou uma campanha nos Estados Unidos com o objetivo de colocar holofotes num assunto polêmico: o racismo. Apesar da boa intenção, a marca foi criticada por internautas. Mas afinal, onde a Starbucks errou?

Se você acha que a resposta para esta questão viria de algum especialista em marketing, engana-se. Kareem Abdul-Jabbar, ex-jogador de basquete e colunista da revista Time, decidiu abordar a iniciativa da marca em artigo publicado recentemente.

Kareem Abdul-Jabbar

Abdul-Jabbar explica em seu texto que a intenção de Howard Schultz, CEO da marca, é nobre. Obviamente, há um problema de percepção em relação ao racismo nos Estados Unidos. O ex-jogador cita uma pesquisa de Harvard que mostrou esta diferença. Para 56% dos negros ouvidos, há muito racismo no país. Este número é de apenas 16% entre os brancos entrevistados.

“Isso não é culpa dos brancos. Se você não é um racista ou alguém que experimenta o racismo, a questão não está em seu radar”, explica.

Abdul segue dizendo que sim, é possível mudar isso. Os números comprovam: em 1996, apenas 27% dos americanos aprovavam o casamento gay; em 2014, este número era de 55%. O problema com a campanha da Starbucks foi o local e os porta-vozes escolhidos.

Para relembrar: a iniciativa de Schultz provocava os próprios atendentes da marca a discutirem a questão racial com os consumidores. Segundo Abdul-Jabbar, a maioria dos clientes da Starbucks provavelmente não quer ter a sua consciência política contestada pela pessoa que está preparando seu café.

“As mentes são mais propensas a serem alteradas por alguém com algum tipo de experiência no assunto”, afirma.

Mesmo que o consumidor concorde em conversar sobre o tema, continua o ex-jogador, ele já terá uma opinião formada sobre a questão. As conversas com os atendentes da Starbucks não irão mudar a percepção de um racista. Pior, podem descambar para a violência.

“Admiro a coragem de Schultz e aplaudo sua iniciativa em querer agir”, elogia Abdul citando o fato que tal discussão deveria estar nas salas de aula e não nos cafés.

“Não pare de tentar, Sr. Starbucks”, finaliza.

E você? Concorda com Kareem Abdul-Jabbar? Comente.

 

Fonte: Exame

+ sobre o tema

Pedagogia de afirmação indígena: percorrendo o território Mura

O território Mura que percorro com a pedagogia da...

Aluna ganha prêmio ao investigar racismo na história dos dicionários

Os dicionários nem sempre são ferramentas imparciais e isentas,...

Peres Jepchirchir quebra recorde mundial de maratona

A queniana Peres Jepchirchir quebrou, neste domingo, o recorde...

Apenas 22% do público-alvo se vacinou contra a gripe

Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas 22%...

para lembrar

Lauryn Hill e a entrevista para a Rede Globo

A cantora americana Lauryn Hill chega nos próximos dias...

Unboxing Sincero #1 Racismo

Siga a Carol nas redes: Instagram Facebook

Estudo da UE aponta disseminação de racismo e xenofobia no continente

Fonte: Deutsche Welle Racismo e xenofobia estão mais presentes na...

Justiça condena em R$ 20 mil chef racista de restaurante

A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou...
spot_imgspot_img

Quanto custa a dignidade humana de vítimas em casos de racismo?

Quanto custa a dignidade de uma pessoa? E se essa pessoa for uma mulher jovem? E se for uma mulher idosa com 85 anos...

‘Fui um menino negro criado por avós supremacistas brancos que me ensinaram a saudação nazista’

Shane McCrae é um consagrado poeta norte-americano. Ele foi premiado diversas vezes, publicou uma dezena de livros e é professor de redação criativa da...

Unicamp abre grupo de trabalho para criar serviço de acolher e tratar sobre denúncias de racismo

A Unicamp abriu um grupo de trabalho que será responsável por criar um serviço para acolher e fazer tratativas institucionais sobre denúncias de racismo. A equipe...
-+=