Movimentos sociais se reuniram na Praça da Sé, na capital paulista, para protestar contra a criação de vagões exclusivos para mulheres nos trens e metrôs da cidade, conhecidos como “vagão rosa”.
A proposta, de autoria do deputado estadual Jorge Caruso (PMDB), foi aprovada no último dia 4 de julho, na Assembleia Legislativa de São Paulo e agora aguarda sanção ou veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
De acordo com o deputado, o objetivo do projeto é reduzir os casos de assédio sexual no transporte, principalmente nos horários de pico. Os movimentos feministas discordam e argumentam que a medida só aumenta a segregação.
Na opinião da metroviária e presidente da Unegro-SP, Rosa Anacleto, a iniciativa não resolve o problema do abuso, pelo contrário, é uma medida paliativa que discrimina a mulher. “As mulheres compõem a maioria da população. Elas têm o direito de utilizar o transporte público com segurança e medidas como essa restringem esse direito, além de promover a segregação. Sem falar que apenas dois vagões são insuficientes para atender à demanda”, destacou a dirigente.
Para a cetebista, outras medidas poderiam ser adotadas para resolver o problema do abuso sexual enfrentado pelas usuárias do sistema, como a adoção de uma campanha de conscientização; e a ampliação e treinamento do corpo de segurança. “Os assediadores teriam receio de agir, percebendo que há um controle ostensivo”.
Outra proposta, de acordo com a sindicalista, seria a ampliação do corpo de feminino de segurança. “Nem sempre as mulheres têm coragem de falar com um segurança masculino. Uma agente feminina facilitaria a comunicação”, destaca Rosa.
Mesmo que a decisão esteja agora nas mãos do governador, as companhias de transporte já se manifestaram contra a medida. Em nota enviada à imprensa, o Metrô e a CPTM afirmaram que “entendem que a criação de carro exclusivo para mulheres infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade”.
Fonte: Vermelho