Vígilia pela libertação dos jovens angolanos pró-democracia

O escritor José Eduardo Agualusa e várias associações convocaram para hoje, – em Lisboa, a partir das 17h30 no Rossio – uma vigília de solidariedade com os dezoito manifestantes detidos no protesto de 3 de Setembro em Luanda contra o regime de Eduardo dos Santos, que ainda se encontram na prisão.

Artigo |28 Setembro, 2011 – 03:21A polícia prendeu dezenas de jovens no início do mês e 18 ainda estão na prisão.

“O objectivo fundamental é prestar solidariedade aos jovens que têm estado a manifestar-se em Luanda e exigir a libertação dos que se encontram detidos”, declarou hoje à Agência Lusa Jorge Silva, vice-presidente da Associação Solidariedade Imigrante. “Este será o objectivo central, contra a violência que as autoridades angolanas têm estado a exercer sobre os jovens que se têm manifestado, cujo único objectivo é pedir liberdade de manifestação, ter esse direito fundamental”, sublinhou Jorge Silva.

Além da Associação Solidariedade Imigrante, convocam esta vigília em Lisboa o escritor angolano José Eduardo Agualusa, o SOS Racismo, os Amigos do Bloco Democrático em Portugal e a Associação Tratado de Simulambuco – Casa de Angola. Também o Movimento Democracia Verdadeira Já, da acampada de Lisboa, apelou à participação nesta vigília contra a repressão e “por uma democracia verdadeira em Angola”.

O comunicado que convoca a vigília diz que “dezenas de pessoas estão a ser julgadas e condenadas injustamente por pacífica e democraticamente se terem manifestado, ao mesmo tempo que familiares, amigos e quem com eles se solidariza são também encarcerados”. E também critica o governo português, que “se orgulha dos acordos firmados com Angola por facilitarem os negócios, mas ao contrário do que recentemente fez com a Líbia de Kadhafi, não condena a violação dos Direitos Humanos em Angola por JES/MPLA”.

No dia 3 de setembro, dezenas de jovens foram detidos durante uma manifestação contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos. Dos 21 que foram julgados, 18 foram condenados a penas entre os 45 e os 90 dias de prisão efetiva. Os outros três foram absolvidos. No sábado passado, várias centenas voltaram a manifestar-se, mas a polícia impediu que a manifestação avançasse mais de 600 metros. Agentes à paisana atacaram jornalistas, entre eles os repórteres da RTP e do Sol.

Fonte: Correio do Brasil

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