Angola mobilizada na paz e democracia

 

 

 

Milhares de cidadãos da capital angolana saíram no sábado às ruas para expressarem a sua repulsa aos actos de vandalismos e o seu apoio ao líder do MPLA e Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Com palavras de ordem “Somos milhões pelo civismo pela ordem pública e pelo Estado democrático de direito”, os habitantes de Luanda já ao nascer do dia começaram a concentrar-se nos comités de bairro e a embelezar os principais pontos das marchas.

Em Luanda, o secretário do Bureau Político do MPLA para a Organização e Mobilização, Ferreira Pinto, pediu aos cidadãos para se aplicarem no processo de consolidação da paz para o reforço da estabilidade política.

Falando na manifestação política e cultural a favor da paz e de apoio ao Presidente da República, Ferreira Pinto realçou o papel relevante desempenhado por José Eduardo dos Santos e pelo MPLA na pacificação e desenvolvimento de Angola. Sublinhou que, de acordo com a lei, o cidadão é livre de se manifestar desde que não faça recurso à violência nem ponha em risco a ordem e tranquilidade públicas.Na presença de mais de 20 mil pessoas entre militantes, simpatizantes e amigos do MPLA do município da Ingombota, o dirigente partidário salientou que o partido da maioria repudia veementemente a atitude de cidadãos que, em plena democracia, usam a chantagem contra o Executivo, com manifestações fora dos princípios democráticos.

Todo o angolano, disse, deve ajudar a evitar a confusão social, porque o país precisa de ordem, tranquilidade e harmonia, de modo a assegurar o desenvolvimento. “Os angolanos já viveram muitos anos de muitos sacrifícios, dores, angústia e outros males resultantes da guerra, que culminou na destruição do tecido humano e material. Não se deve deixar escapar a paz, porque ela foi alcançada com muito sacrifício”, exortou.

Ferreira Pinto salientou que os angolanos ainda têm na mente o preço de uma guerra fratricida que ceifou vidas humanas e destruiu de forma indiscriminada as infra-estruturas nacionais e disse acreditar que jamais voltará a repetir-se, porque “a paz alcançada é uma dádiva de Deus que ninguém poderá ofuscar”.

O dirigente do MPLA exortou os angolanos a elevarem os níveis de vigilância, impedindo que indivíduos de má-fé perturbem o processo democrático e apelou ao sentimento da angolanidade.

Enquanto partido que suporta o Governo, reafirmou Ferreira Pinto, o MPLA tem a responsabilidade de promover a recuperação dos valores cívicos e morais, por isso lançou uma campanha nacional para o resgate dos valores morais, cívicos e culturais.

“O partido reconhece a capacidade e o poder das autoridades tradicionais e igrejas na mobilização das populações”, afirmou Ferreira Pinto, que pediu a contribuição dessas entidades no esclarecimento dos seus membros, para que se encontre rapidamente a harmonia no seio da sociedade e das famílias.

O acto no município da Ingombota, do qual fazem parte as comunas da Ingombota, Maculusso, Patrice Lumumba, Kinanga e Ilha do Cabo, teve lugar na ponta norte da Ilha de Luanda e foi antecedido de uma marcha que partiu do Largo da Peixeira e percorreu uma distância de dois mil metros. Durante o acto político foram lidas moções de apoio ao Presidente da República e do MPLA. No acto cultural actuaram os artistas Lulas da Paixão, Calabeto, Carlos Burity e outros.

Feitos memoráveis

Bento Kangamba, membro do comité central do MPLA, enalteceu no sábado no Kilamba Kiaxi os feitos memoráveis do Presidente da República desde a data da tomada de posse em 1979 aos dias de hoje, no desenvolvimento de estratégias para a estabilidade política nacional.

Kangamba, que discursava no encerramento de um acto político de massas, realizado após uma marcha de apoio ao Presidente da República, disse que José Eduardo dos Santos se empenhou “de forma abnegada” em prol do bem-estar do povo, aplicando estratégias para o alcance da paz, reconciliação nacional e crescimento económico.

A juventude angolana deve seguir o exemplo de José Eduardo dos Santos, exortou Bento Kangamba, afirmando que “como filho de Angola e de África ele continua a dar exemplo de um Estadista exemplar”, promovendo a unidade nacional e oferecendo a sua experiência a nível internacional na pacificação de conflitos.

Terapia pedagógica

Norberto dos Santos “Kwata Kanawa”, membro do comité central do MPLA, considerou, no município da Maianga, que a marcha de apoio ao Presidente do partido e da República serviu como “terapia pedagógica” aos “manifestantes desordeiros” que têm surgido ultimamente na capital do país. Norberto dos Santos sublinhou que o MPLA demonstrou, uma vez mais, o respeito aos seus adversários políticos, realizando uma marcha de apoio ao seu líder “sem insultar os opositores e sem recorrer a arruaças” e disse que o partido no poder está num bom caminho, promovendo a reconstrução nacional e criando cada vez mais melhores condições de vida para todos os “filhos da nação” sem exclusão social e racial. Os militantes do MPLA dão mostras de que a democracia é uma realidade em Angola e que é possível viver na diferença, evitando instabilidade política, referiu Norberto dos Santos.

Cazenga também marchou

Milhares de pessoas dos municípios do Rangel e do Sambizanga percorreram também na manhã de sábado as artérias do município do Cazenga, num acto a favor da paz e da democracia.

Promovido pelo Comité Provincial de Luanda do MPLA, a marcha serviu para manifestar o descontentamento em relação aos actos de vandalismo que se registaram este mês na capital do país. Os habitantes do município do Rangel partiram do triângulo do Mercado dos Congoleses, juntando-se em seguida aos do Cazenga na zona do Embondeiro. A marcha a favor da estabilidade culminou no Largo da Casa Verde, na comuna do Tala Hady.

Durante a marcha foram ouvidos os slogans “nós somos milhões para consolidação da paz e democracia” e “famílias angolanas, a hora de começarmos a construir uma nova mentalidade é esta”. Os músicos Fofandó, Puto Lilás, Orlando Loi e Gimi-doo animaram os presentes com as canções do estilo Semba e Kuduro.

Populares contactados pela Angop no local afirmaram que o momento foi de grande importância para o combate à confusão e à arruaça. “Os angolanos devem unir-se cada vez mais porque há ainda algumas pessoas que querem a confusão e a arruaça, que são contra os ideais e princípios do MPLA”, disse uma militante da OMA. Um outro militante afirmou que o MPLA não quer confusão.

Cruz Neto pede vigilância

Em Benguela, o MPLA não realizou marcha mas procedeu a abertura da jornada comemorativa do 55.º aniversário da fundação do partido, a assinalar-se a 10 de Dezembro. Na ocasião, o primeiro secretário do MPLA e governador de Benguela, Armando da Cruz Neto, apelou aos militantes, amigos e simpatizantes do partido para manterem uma vigilância redobrada e a não se envolverem em actos aventureiros que sejam protagonizados por pessoas que queiram semear a confusão como forma de atingirem propósitos políticos.

Cruz Neto considerou uma perda de tempo e “exercícios dilatórios” desprovidos de seriedade as manifestações que têm sido levadas a cabo, principalmente em Luanda, e defendeu que a alternância do poder político não deve ser feita por via da arruaça e do vandalismo.

O MPLA, disse, “vai legitimar a manutenção no poder político por via da obtenção de uma confortável maioria” nas próximas eleições e Cruz Neto considerou a liderança do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, como “o garante da estabilidade de todos os angolanos”.

O MPLA, avisou Armando da Cruz Neto, vai combater, de forma pronta e vigorosa, toda a propaganda e atitudes que visem denegrir a imagem do Presidente José Eduardo dos Santos e do seu partido e acrescentou que “jamais tréguas serão dadas” aos que pretendem subverter a ordem, a tranquilidade e os direitos dos cidadãos consagrados na Constituição.

Armando da Cruz Neto sublinhou que os dirigentes do partido estão preparados para debater, politicamente, as diferenças de forma civilizada e no pleno respeito dos direitos e deveres de cada um. “Com arruaças, ofensas às instituições públicas, intimidações e não observância da lei, não pode haver debate político”, disse.

A jornada comemorativa do 55º aniversário da fundação do MPLA inscreve a realização de campanhas de educação cívica, palestras sobre a liderança de José Eduardo dos Santos, doação de sangue nos hospitais, torneios de futebol e encontros com intelectuais, jornalistas e desportistas.

 

 

 

Fonte: Jornal Angola

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