Violência Policial – Cozinheira perde parte da visão ao ser agredida em show no Pelourinho

Caso ocorreu durante show do Olodum, em Salvador, no dia 22 de janeiro.

Vítima diz que agressão foi feita por um PM durante uma confusão.

Uma cozinheira de 34 anos perdeu a visão do olho esquerdo após ter sido agredida durante show do Olodum, ocorrido no dia 22 de janeiro no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador.

Ela aponta que a violência teria sido cometida por policiais militares que trabalhavam no local. “De repente desceu uma patrulha com três policiais. Pegaram um amigo meu e depois que a confusão terminou eu vi que tinha sido atingida e desmaiei, só acordei no hospital”, afirmou a vítima ao G1.

Vítima estava em festa com família e amigos

 

violencia policial no olodumA cozinheira foi inicialmente atendida no Hospital Geral do Estado (HGE), onde ficou do dia 22 a 24 de janeiro, quando foi transferida para o Hospital do Subúrbio para ser submetida a uma cirurgia. Ela disse que foi diagnosticado rompimento de um osso da face, do globo ocular e das pálpebras, mas a visão esquerda não foi restabelecida.

A vítima teve alta da unidade de saúde no dia 26 de janeiro e ainda se recupera em casa. “Estou com quatro pontos na pálpebra esquerda e com dificuldade para enxergar com o olho direito. Trabalho em um buffet, com fogão industrial, e estou afastada, não sei como vai ser, se vou poder voltar. Tenho um filho de 12 anos que depende de mim para tudo”, afirma.

A cozinheira informou que prestou queixa na 1° delegacia, localizada no bairro dos Barris, onde também realizou exame de corpo de delito na sexta-feira (27).

Imagens inéditas feitas por um cinegrafista amador, que não quis ser identificado, mostram que a vítima estava com um grupo de amigos quando foi iniciada uma confusão na área do show e ocorreu a intervenção dos policiais militares. Um deles atinge o rosto da cozinheira com um cassetete. A irmã, desesperada, tenta socorrê-la, e recebe apoio de populares para retirada da vítima do local. (Confira as imagens no vídeo acima).

A Polícia Militar informou que 150 agentes trabalhavam na ocasião e que uma sindicância será aberta para investigar o caso. “Vamos verificar efetivamente o policial militar que tenha cometido essa possível infração e, uma vez identificado, abriremos um processo administrativo disciplinar através de nossa Corregedoria. O policial militar, sendo realmente o acusado identificado, será punido disciplinarmente pela PM e pode chegar ser demitido da corporação”, afirma o coordenador de Planejamento de Operações do 18° Batalhão da PM, Adilson Santana

 

 

 

Fonte: G1

+ sobre o tema

Quatro pontos que escancaram o racismo do clipe de “Você Não Presta”

Na sexta (19/5), ao lançar o vídeo do novo...

Garantir direitos para superar o racismo e a violência

No Dia Internacional da Juventude, o UNFPA e agências...

Quilombolas elegeram 56 representantes na eleição de ontem em dez estados — um recorde

Quilombolas elegeram 56 representantes na eleição em dez estados....

para lembrar

spot_imgspot_img

Simples assim

Quando comecei a publicar a coluna na Folha, em 2020, algumas pessoas me aconselharam a "diversificar a pauta" e não escrever "só" (ou tanto) sobre questões étnico-raciais....

Escritório deve indenizar advogado vítima de piadas racistas em grupo de WhatsApp

O racismo recreativo consiste em piadas racistas que mascaram a intenção de manter uma estrutura social que menospreza e inferioriza o povo negro. Assim,...

Qual a segurança que importa no Carnaval?

À medida que o Carnaval se aproxima, é comum ouvirmos discursos e propostas de autoridades sobre segurança pública. Isso fica especialmente frequente nas cidades brasileiras que...
-+=