West Ham suspende dirigente após acusações de racismo contra jogadores negros

O West Ham suspendeu o diretor de recrutamento, Tony Henry, depois de o dirigente ter dito que o clube não queria mais jogadores africanos porque podem “causar caos”. Conforme o jornal “Daily Mail”, um dos atletas da equipe denunciou o diretor à Kick it Out, uma associação que visa combater o racismo na Premier League. A entidade teve acesso a um e-mail enviado por Henry para outro dirigente do clube sobre o jogador.

Do Extra

Tony Henry disse que não contrataria mais africanos Foto: Reprodução / Site do West Ham

“Não queremos mais africanos e ele não é suficientemente bom”, disse Henry no e-mail ao qual o jornal britânico teve acesso.

O responsável pelo recrutamento foi então questionado sobre se é uma política do clube, tal recusa de jogadores africanos.

“Já temos três e não queremos mais”. Por quê? Por nada. Não é racismo. Só que, às vezes, eles têm mau comportamento. Tivemos problemas com Sakho, Diafra Sakho. Sentimos que quando não estão na equipe causam caos. Não é nada contra a raça africana. Há jogadores africanos no topo, mas às vezes causam muitos problemas quando não estão jogando, como o que tivemos com Diafra. Mas ele já saiu, tudo bem”, respondeu, acrescentando.

“Posso dizer que nos ofereceram jogadores russos. Só acho que os jogadores russos não se adaptam à Inglaterra. É como os italianos. Quantos italianos chegaram e se adaptaram à Inglaterra?”, questionou. “Como clube, não somos discriminatórios. Mas se tivermos muitos, eles ficam juntos e torna-se uma situação em que podem ocorrer problemas. De qualquer forma, também pode haver problemas com jogadores ingleses”.

O West emitiu um comunicado após a divulgação do caso pela imprensa inglesa. O clube disse que “não tolerará qualquer tipo de discriminação” e que Henry foi suspenso “devido à natureza grave das acusações”.

“A família do West Ham United é inclusiva, independentemente do gênero, idade, capacidade, religião ou orientação sexual”, garante o clube.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...