Zanana L. Akande

Zanana L. Akande, nascida em 1937, é uma ex-política canadense. Foi a primeira mulher negra a ser eleita para a Assembléia Legislativa de Ontario e a primeira mulher negra a servir como ministra de gabinete no Canadá.

Antecedentes
Akande nasceu no centro de Toronto, no bairro de Kensington Market.[1]. Frequentou o Harbord Collegiate[1], além de estudar na Universidade de Toronto. Ali recebeu os graus de Bacharel em Arte e Mestre de Educação. Estudou também no Ontario Institute for Studies in Education. Durante muito tempo foi membro da Federação das Professoras de Ontario. Terminando os estudos, foi professora e diretora de escola.

Também foi co-fundadora de Tiger Lily, um jornal que objetivava dar visibilidade a mulheres minoritárias e ajudou a acolher o Festival das Artes Contra o Apartheid, realizado em Toronto. Na juventude foi membro da Federação Cooperativa da Commonwealth, tornando-se amiga de Stephen Lewis, futuro líder do Novo Partido Democrático, e de seus pais, sendo durante muito tempo membro daquele partido.

Política
Akande foi eleita para o Novo Partido Democrático de Ontario pela divisão de St. Andrew-St. Patrick, de Toronto, na eleição de 1990. A eleição foi muito disputada e ela concorreu com o candidato liberal, Ron Kanter, e a candidata conservadora, Nancy Jackman.[2]. O Novo Partido Democrático obteve inesperadamente maioria governamental, naquela eleição, e Akande foi nomeada Ministra da Comunidade e do Serviço Social no primeiro gabinete de Bob Rae, em 1o de outubro de 1990.[3]

Enquanto ministra, Akande promoveu o aumento do orçamento destinado ao bem-estar social, que atendia os moradores de Ontario situados no mais baixo nível de renda. [4]. Seu governo planejou inicialmente fechar os centros que forneciam alimentos, como parte de uma estratégia anti-pobreza, porém se viu forçada a aceitar sua existência e atuação..

No entanto a permanência de Akande no gabinete foi breve. Ela se viu envolvida numa controvérsia, relativa a conflito de interesses que diziam respeito a propriedades não vendidas e também foi acusada de má administração em relação a aluguéis de casas numa região de baixa renda de Toronto. Seu marido morreu no final de 1991 e, após, ela saiu do gabinete e tornou-se assistente parlamentar do premier.

Akande ocupou essa posição até 31 de agosto de 1994, quando se demitiu, em protesto contra a maneira como Rae atuou durante a controvérsia em torno do Carlton Masters. Uma eleição regional foi convocada subsequentemente, porém foi superada pela eleição de 1995.

Após a política
Akane é hoje presidente da Aliança Urbana sobre Relações de Raça, em Toronto, investiu e tornou-se membro do conselho fundador dos diretores da Rádio Milestone, proprietários da primeira estação de rádio de música urbana, a Flow 93.5. Participou também do Conselho de Diretores do Centro Harbourfront.
Em 2003 Akande viu-se envolvida numa controvérsia pública com Bob Runciman, ministro de gabinete, pertencente ao Partido Conservador Progressista, o qual havia atribuído o aumento das taxas de criminalidade na comunidade negra à fraca liderança atuante nessa comunidade. Akande também tem sido extremamente crítica do racismo existente na Polícia Provincial de Ontario e na Polícia de Toronto.

Referências
1. ^ a b Gerald Caplan. Dois políticos íntegros. Toronto Star. 25 de agosto de 1990, pg B3.
2. ^ Eleição de 1990: como a região do Metro votou. Toronto Star. 7 de setembro September de 1990, pg A10.
3. ^ Gabinete de Rae: um bom começo. Toronto Star. 2 de outubro de 1990, pg A18.
4. ^ Derek Ferguson. Bem-estar social, subsídios a abrigos devem aumentar em 126 milhões destinados aos necessitados. Toronto Star. 29 de novembro de 1990,. pp A1, A28.

Ligações externas
• Legislative Assembly of Ontario biography
• Zanana Akande first Black woman in Ontario’s legislature, by Ann Farrell, section15.ca

 

Tradução e pesquisa: Carlos Eugênio Marcondes de Moura

Foto em destaque: Reprodução/ CBC

+ sobre o tema

Entristecemos

A recessão nos tirou festa e regalos e nos...

8 guitarristas negras para apresentar a minha filha

Em casa temos um violão, uma guitarra, uma bateria...

Mulheres pretas que movimentam #11 – Katiúscia Ribeiro

Professora de Filosofia, poetisa, formadora, educadora. Katiúscia Ribeiro é...

‘A gente é mais feliz quando se aceita’, diz rapper Karol Conka

Cheia de estilo e nova queridinha do mundo fashion,...

para lembrar

Jovem preta é afastada de bebê após nascimento em maternidade de Florianópolis

Manifestantes fizeram um ato na tarde desta sexta-feira (30),...

Pelourinho recebe Festival de Afoxés em homenagem a mulher negra

Um desfile de cores e ritmos marcou a noite...

Primeira prefeita negra eleita, Tânia Terezinha quebra preconceitos

O município de Dois Irmãos, no Vale do Sinos,...
spot_imgspot_img

Ela me largou

Dia de feira. Feita a pesquisa simbólica de preços, compraria nas bancas costumeiras. Escolhi as raríssimas que tinham mulheres negras trabalhando, depois as de...

“Dispositivo de Racialidade”: O trabalho imensurável de Sueli Carneiro

Sueli Carneiro é um nome que deveria dispensar apresentações. Filósofa e ativista do movimento negro — tendo cofundado o Geledés – Instituto da Mulher Negra,...

Comida mofada e banana de presente: diretora de escola denuncia caso de racismo após colegas pedirem saída dela sem justificativa em MG

Gladys Roberta Silva Evangelista alega ter sido vítima de racismo na escola municipal onde atua como diretora, em Uberaba. Segundo a servidora, ela está...
-+=