Após ser Elza Soares, Naruna Costa faz novela na Globo, série e cinema

Após ganhar o grande público como Elza Soares no musical “Garrincha”, dirigido pelo célebre diretor estadunidense Bob Wilson, Naruna Costa celebra trabalhos na televisão e no cinema. Além de fazer novela na Globo e série no Universal Channel, ela está no filme “Marighella”, dirigido por Wagner Moura.

Por Miguel Arcanjo Prado no Blog do Arcanjo

No ano passado, ainda interpretou Antígona, na peça homônima de Moacir Chaves, o que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio APCA de melhor ariz. Agora, celebra o convite da Globo para fazer participação especial na novela “Deus Salve o Rei”, no qual vive Samara.

Além da novela, a partir de 18 de março, Naruna também poderá ser vista na série “Rotas do Ódio”, do Universal Channel.

Em conversa com o Blog do Arcanjo no UOL, Naruna conta que sua participação na novela das 19h tem sido uma experiência muito especial. E revela que teve um cuidado diferenciado por se tratar de uma personagem tão delicada.

“A Samara é uma mulher que cria sozinha seu filho adolescente e, ao se deparar com os cuidados do Príncipe Afonso, é despertada novamente pelo amor, que jamais se concretizará. Os diretores foram muito atenciosos, para que fizéssemos uma construção em que a interpretação não soasse vitimizada, mas ao contrário, forte e digna”, explica.

Naruna Costa como Elza Soares em “Garrincha”, de Bob Wilson – Foto: Bob Sousa

Mulheres fortes parecem ser constantes na carreira da atriz, que na série “Rotas do Ódio”, dirigida pela documentarista Susana Lira, sobre o cotidiano da Decradi – Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de SP, Naruna dá vida à perita Guerra, braço direito da delegada protagonizada pela atriz Mayana Neiva.

“Faço uma mulher forte, inteligente e muito segura de si”, define sua personagem no canal pago.

Formada na Escola de Arte Dramática (EAD) da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Naruna é cofundadora do Espaço Clariô Taboão da Serra e do Grupo Clariô de Teatro, referência da militância negra de cultura periférica da cidade de São Paulo.

Naruna conta que foi na adolescência que se encantou pelo teatro: “Nunca tinha visto uma peça de teatro na vida, até que um grupo em circulação passou por Taboão da Serra, onde eu morava, e foi paixão à primeira vista”, recorda.

Depois de algumas oficinas teatrais, Naruna decidiu entrar na EAD e conseguiu ser aprovada na primeira tentativa.

Naruna Costa em “Antígona”: indicada a melhor atriz no tradicional Prêmio APCA – Foto: Gisela Schlogel/Divulgação

Sobre sua indicação ao Prêmio APCA, Naruna conta que foi uma surpresa maravilhosa: “Primeiro pelo reconhecimento de uma atuação tão dedicada, e depois pela representatividade. Eu, uma atriz negra, quando prestigiada pelo trabalho, não vou nem estou sozinha”, comemora.

Quanto ao trabalho com Bob Wilson, a atriz fala que foi uma grande escola. “Considero que a experiência foi uma espécie de ‘formação’ onde pude ter acesso à uma linguagem tão específica e interessante. Fazer a Elza Soares realmente foi um dos grandes orgulhos da minha carreira. Uma das maiores cantoras do nosso país, cuja trajetória é de muita significância para as mulheres negras, a luta racial e a história do Brasil. Merece ser sempre reverenciada”, afirma.

Naruna Costa ganha o beijo de Elza Soares no camarim de “Garrincha”, de Bob Wilson – Foto: Divulgação

A atriz deve voltar aos palcos em breve com a comemoração dos dez anos do espetáculo “Hospital da Gente”, do Grupo Clariô. Recentemente, esteve no filme “A Moça do Calendário”, de Helena Ignez, como a professora Sonia.

Enquanto isso, Naruna termina as filmagens de “Marighella”, longa dirigido por Wagner Moura.

“As gravações foram muito intensas com cenas muito fortes que o Wagner e a equipe souberam conduzir de maneira extraordinária. Ele é um ótimo diretor, pois compreende a temperatura da cena, além de ser muito generoso com os atores, orquestrando o set de acordo com o necessário”, finaliza.

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