Moradores da Maré lamentam morte de Marielle Franco: ‘Tentaram calar’

“Sou mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré”. Assim Marielle se identificava em seu site. A vereadora iniciou a militância nos direitos humanos depois de ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga por bala perdida durante um confronto entre policiais e traficantes onde morava. Ela trabalhou em organizações como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). A entidade Redes da Maré prestou homenagem à parlamentar e destacou o quanto ela fora “incansável na luta contra as injustiças e os assassinatos”.

“Estamos imensamente tristes com a notícia da morte da vereadora Marielle. Cria da Baixa do Sapateiro, na Maré, Marielle Franco foi incansável na luta contra todos os tipos de injustiças e assassinatos. Hoje foi executada. Tentaram calar a voz que não será calada. O grito por justiça social ecoará por muito tempo. Por nós da Redes da Maré, pelos seus mais de 46 mil eleitores e por todos cidadãos dessa cidade que lutam contra as barbáries cotidianas do Estado”, diz a nota da organização.

Nas redes sociais, moradores da comunidade ressaltaram a dor da partida de uma parlamentar engajada na luta pelos direitos, pediram justiça e enviaram solidariedade à família.

“A Maré de luto”, destacaram os usuários das redes.

“Uma grande perda pra nós, população da Maré. Isto é um absurdo! Até quando vamos ter que viver com a violência? Me sentindo indignada, meu Deus!!!”, escreveu uma moradora.

“Muito triste você receber uma notícia dessas. Que Deus conforte seus familiares e que os anjos lhe recebam de braços abertos”, desejou outro.

Na página “Maré Vive”, mais moradores convocaram a população a pressionar pela resolução do assassinato e exaltaram o legado da vereadora.

“Podem calar a voz dela, mas nunca seus ideais. Jamais. Ela vive dentro da gente. Juntos seremos fortes. Que venha à tona quem vez essa maldade com ela”, destacou um morador.

“Mais uma vida que se vai. O silêncio pode congelar a dor, mas o choro da Maré tem que vir em forma de grito. Chega de impunidade. Basta de mortes”, pediu outro.

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